A Central Comissão Europeia propôs para o novo quadro comunitário um corte de 3,9% no POSEI para as Regiões Ultraperiféricas, onde se inclui a Madeira, sem entender que são vitais para a subsistência da nossa agricultura.

Há muita gente desatenta a este preocupante fenómeno, mas retenho o empenho do Governo Regional da Madeira, agora com a solidariedade do novo governo dos Açores, para inverter esta absurda ideia. Contudo, não acredito que sozinhos tenham força para travar o centralismo europeu, caso a República e os partidos de esquerda que sustentam o governo nacional não se imponham a Bruxelas.

Não podemos aceitar que atuais instâncias europeias deixem de reconhecer o potencial das Regiões Ultraperiféricas, que são ativos únicos e permitem a presença do Velho Continente em zonas estratégicas do globo. Logo, é preciso exigir à Comissão Europeia o respeito pelo princípio de coesão e fazer ver que o desenvolvimento da agricultura em territórios insulares implica a manutenção dos atuais incentivos financeiros comunitários, até o seu reforço, porque o crescimento e a sustentabilidade agrícola das regiões insulares têm custos incomparavelmente superiores à realidade do continente europeu.

Esta é uma batalha de todos os madeirenses, não apenas dos que estão ligados aos sectores agrícolas, também é da oposição, que fique bem claro, porque a agricultura é um pilar fundamental de qualquer região.

Sónia Queiroz