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À procura de imunidade

O surto pandémico provocado pela COVID 19 desafia-nos em todos os sentidos desde o final de 2019, em que passamos de uma situação aparentemente controlada, para uma propagação de forma tão rápida que em pouco tempo adquiriu a condição de pandemia, marcando de forma indelével o ano de 2020 nas nossas vidas.

O início do novo ano que se deseja melhor para todos, começa de forma excecional e num contexto nunca vivenciado por nenhum de nós no plano individual e coletivo.

O vírus continua ativo e circulante e apesar da esperança indiciada pelo processo de vacinação, não podemos relaxar durante os próximos meses nas medidas de prevenção implementadas, pelo menos enquanto não se atingir o valor mínimo para a imunidade de grupo.

A vacinação em curso indica ser um processo seguro que não deixa de provocar sentimentos de admiração e apreensão; admiração pela capacidade de colaboração entre várias entidades a nível mundial, apreensão pela técnica e a rapidez com que foi produzida e pelo grau de imunidade anunciado. Desconhecemos os seus efeitos a médio e longo prazo, para outras mutações do vírus e pela dúvida na duração da proteção criada e eventual necessidade de reforços, pois para este grupo de vírus, os coronavírus, à seis décadas que se procura uma vacina que desenvolva de forma eficaz as defesas do organismo gerando imunidade duradoura.

A história das vacinas é recente, a varíola, foi a primeira e surge no final do século dezoito, tendo as primeiras vacinas chegado a Portugal durante a primeira metade do seculo dezanove; desde então desenvolveram-se vários tipos de vacinas e programas de vacinação que permitiram reduzir as incapacidades e o número de mortos causados pelas várias doenças infectocontagiosas.

Não estando isentas de efeitos secundários, pois não existe risco zero, as vacinas constituem uma evidente mais valia para a humanidade; são utilizadas em todos os países representados pela Organização Mundial de Saúde e em muitos países fazem parte do programa nacional de vacinação com o objetivo de promover a proteção individual e proteger a saúde da comunidade numa abordagem preventiva para muitas doenças.

A vacinação sempre foi uma das principais atividades dos enfermeiros, traduzido pela elevada taxa de vacinação alcançada no serviço regional de saúde, nos vários programas vacinais. Tal facto tem permitido cumprir de forma eficaz o programa nacional de vacinação alicerçado no empenho e na organização dos enfermeiros, particularmente dos cuidados de saúde primários.

Por isso no atual contexto pandémico onde de um dia para outro houve necessidade de reorganizar serviços, mobilizar recursos, redefinir circuitos, alterar horários e rotinas, entre tantas outras atividades num esforço coletivo sem precedentes, os enfermeiros continuam a ser a melhor garantia que a população possui para aderir com segurança e confiança ao plano de vacinação delineado para a COVID 19.

Para todos um bom ano 2021, com saúde.

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