Mundo

Falta de gasolina motiva protestos na Venezuela

None Ver Galeria

Venezuelanos protestaram na segunda-feira em 19 dos 24 estados do país, para exigir resposta das autoridades à crescente falta de combustível no país, onde há motoristas há sete dias em filas em estações de serviço sem gasolina para regressar a casa.

Os protestos foram registados pelo Observatório Venezuelano de Conflitos Sociais (OVCS), que assinalou ambém manifestações contra a crise dos serviços públicos na Venezuela.

"Continuam os protestos nas povoações da Venezuela. Hoje [segunda-feira], documentámos 76 protestos em 19 estados do paí, contra a crise dos serviços básicos e a escassez de gasolina", explica o OVCS num balanço divulgado através do Twitter.

Segundo o Observatório, com 22 protestos num dia, a ilha venezuelana de Margarita registou mais reclamações da população, seguindo-se os estados de Sucre (9), Anzoátegui (7), Lara (6), Guárico, Miranda (proximidades de Caracas) e Zúlia (com 4 cada) e Portuguesa (3).

Houve ainda protestos no Distrito Capital e nos estados de Táchira, Cojedes, Falcón, Apure, Arágua, Barinas, Bolívar, Carabobo, Vargas e Yaracuy.

"Registaram-se protestos nos oito municípios do estado de Nova Esparta, principalmente bloqueios de estradas. Os manifestantes rejeitam a escassez de gasolina", explica o OVCS.

Segundo a imprensa local, ao longo do dia os protestos aumentaram de intensidade, com a população a reclamar que não tinha gasolina para regressar a casa e a incendiar pneus, inclusive nas proximidades de uma esquadra da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar).

Em Porlamar (Nova Esparta), havia mais de 400 carros em fila na tentativa de os automobilistas obterem combustível, na bomba da avenida 4 de Mayo, de acordo com o portal de notícias La Patilla.

Ainda segundo a imprensa local, a Guarda Nacional Bolivariana reprimiu manifestantes em Playa Grande, Carúpano, no estado de Sucre, e em Cumarebo, Punto Fijo, no estado de Falcón, houve confrontos entre motoristas, pescadores e oficiais daquela Guarda.

Segundo a rádio católica Fé e Alegria, em San Juan de Los Morros, estado de Guárico, houve protestos também contra a falta de medicamentos. No mesmo estado registaram-se ainda protestos contra o "colapso" dos serviços básicos.

O OVCS assinalou também protestos pela falta de gás, com a população "a exigir garantias no abastecimento" em Cumaná (estado de Sucre), ou a exigir "acesso a água potável" que não chega desde há dois meses (em Puerto La Cruz, Anzoátegui).

Em San Mateo, no estado de Arágua, "os protestos foram além da exigência de serviços públicos", com os manifestantes "a gritar liberdade, liberdade" e a pedir a demissão da presidente da Câmara Municipal de Bolívar, Marisela Arenas.

Já no leste de Caracas, residentes em La Dolorita, Petare, bloquearam o acesso de viaturas àquela localidade, em protesto pela falta de água e contra a interrupção da eletricidade.

Fechar Menu