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Madeira

Abama ataca desempenho da Gesba

Foto Arquivo

A Abama - Associação de Produtores de Banana da Madeira reiterou o seu descontente com a gestão que a Gesba - Empresa de Gestão do Sector da Banana e particularmente com a justificação dada por esta para a os bons resultados financeiros da empresa, alegando que não se devem a uma boa gestão, mas a uma redução no valor pago ao agricultor. Segundo a associação, os valores actuais pagos aos produtores estão “em média 0,30€/kg em relação ao ano 2005”. Devem-se ainda, acrescenta, ao aumento dos apoios comunitários.

A Associação, através de Antonino de Abreu, acusa a empresa de ter sido criada com a “falsa promessa” de resolver os problemas do sector da banana na Região, mas que “na realidade foi constituída para sugar escandalosamente a ajuda comunitária da banana”. Segundo nota enviada à redacção, a ajuda comunitária baixou. Passou de 0,059€/kg em 2005, para 0,446€/kg a partir do ano de 2007, dá conta.

“Em 2005 a banana paga ao produtor por categoria era: banana extra 0,60€/kg; banana de primeira 0,51€/kg e banana de segunda 0,30€/kg, mais a ajuda comunitária. Em 2020 a Gesba paga ao produtor por categoria: banana extra 0,268€/kg; banana de primeira 0,178€/kg e banana de segunda 0,074€/kg, mais a ajuda comunitária”. Em média, segundo as contas da Abama, são menos 30 cêntimos por quilo em relação a 2005.

No final de Junho passado, numa audição numa comissão parlamentar na Assembleia Legislativa da Madeira, a Gesba revelou precisamente os seus bons resultados, referindo além disso o aumento da produção, que em dez anos quase duplicou. “Nós tínhamos 650 hectares de produção de banana e produzíamos 13 mil toneladas”. “Hoje com os mesmos 650 hectares produzimos 22 mil toneladas”.

A Abama vê a situação de outra forma e critica o representante da Gesba, o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, e o grupo Parlamentar do PSD Madeira, acusando-os de “desorientação, desnorteio, desconhecimento, falta de carácter e a má-fé”, ao defenderem que os agricultores estão a receber mais dinheiro devido a essa alegada boa gestão da Gesba, “atirando areia para os olhos dos agricultores e da população em geral”. Diz, por sua vez, que os resultados financeiros devem-se ao “aumento considerável da ajuda comunitária e à estagnação do preço pago ao agricultor”.

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