>
Mundo

ONG regista 1.114 mortos na Nicarágua mas Governo diz que são só 46

A organização não-governamental Observatório dos Cidadãos COVID-19 da Nicarágua anunciou hoje que morreram já 1.114 pessoas no país devido à pandemia, um número que contrasta com as 46 vítimas mortais oficiais.

Segundo a organização, uma rede de médicos e voluntários que verificam e registam de forma independente casos de covid-19, a pandemia já afetou um total de 5.027 pessoas na Nicarágua, enquanto as autoridades estão a registar apenas 1.118 casos.

O relatório indica que, só entre 28 de maio e 03 de junho, foi detetado um total de 1.292 pessoas com sintomas da covid-19.

Os dados do Observatório dos Cidadãos coincidem com o alerta das associações médicas nicaraguenses que, nos últimos dias, recomendaram uma “quarentena nacional voluntária”, tendo em conta a curva de crescimento das infeções.

“Nesta fase, quando o número de pessoas com a doença aumenta exponencialmente, é ocasião de aumentar a proteção individual, familiar e comunitária”, refere a ONG.

A Nicarágua, presidida por Daniel Ortega (extrema-esquerda), é um dos poucos países que não tomou qualquer diligência de confinamento, argumentando que a economia não pode ser prejudicada.

O observatório aponta os agrupamentos como uma das principais “irregularidades” no país, aumentando a propagação do vírus, acusando as autoridades de realizarem “enterros clandestinos” sem notificar as famílias.

A situação na Nicarágua tem suscitado preocupações na Organização Mundial de Saúde (OMS), na Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e na Organização dos Estados Americanos (OEA).

O Gabinete do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos do Homem e a Comissão Interamericana dos Direitos do Homem (CIDH) voltaram também a sua atenção para a Nicarágua e solicitaram ao Governo de Daniel Ortega que garantisse o direito à saúde.

Fechar Menu