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País

Cuidadores informais pedem medidas excepcionais de apoio

A Associação Nacional de Cuidadores Informais, entidade com representação madeirense, levou esta preocupação audiência com o Presidente da República

Nélida Aguiar, coordenadora do Gabinete Regional da Associação Nacional de Cuidadores Informais.
Nélida Aguiar, coordenadora do Gabinete Regional da Associação Nacional de Cuidadores Informais.

Em Portugal estão registados 800 mil cuidadores informais, na Madeira são outros tantos milhares, que viram as suas dificuldades agravadas devido ao encerramento dos centros de dia e de outros suportes devido à pandemia.

Muitos cuidadores tiveram de deixar os empregos para cuidar dos dependentes a seu cargo e pedem, por isso medidas, excepcionais de apoio e legislação laboral. Uma preocupação que a Associação Nacional de Cuidadores Informais (ANCI), representada na Madeira por Nélida Aguiar, levou ao Presidente da República.

“Os cuidadores informais estão a atravessar grandes dificuldades e não podem ser esquecidos!”, alerta a ANCI numa carta aberta ao chefe de Estado.

“Muitos dos cuidadores informais estão em risco de pobreza e de exclusão social e grande parte apresenta menor qualidade de vida e saúde comparativamente à população em geral, que no período de pandemia covid-19, a falta de medidas de apoio, falta de acesso a recursos, encerramento de equipamentos e respostas sociais de apoio a pessoas com deficiência, na saúde mental e no cuidado aos mais idosos, e também, por exemplo, ausência de respostas a pessoas com demência, veio mostrar a necessidade imperativa da implementação de medidas de apoio e protecção dos cuidadores e das pessoas dependentes a seu cargo. A pandemia evidencia o peso que recai sobre as mulheres na prestação de cuidados; a ausência de legislação e medidas de conciliação laboral para a prestação de cuidados, e a necessária articulação entre a Saúde e o Sector Social”, refere a missiva.

“O combate contra a vovid-19 ainda não terminou! É imperativo manter o alerta na atenção integrada nos cuidados das pessoas dependentes, com doença crónica e seus cuidadores informais, quer no acesso a cuidados de saúde e a serviços e respostas de apoio às pessoas dependentes na comunidade, como o alargamento de Cuidados ao Domicílio, de Saúde Mental e de Reabilitação em ambulatório, bem como no alargamento e abrangência ao nível rede nacional de cuidados integrados”, sublinha o mesmo documento.

Os cuidadores informais aguardam igualmente que a regulamentação final do Estatuto do Cuidador Informal (ECI) a nível nacional, bem como a desburocratização de procedimentos de acesso ao mesmo estatuto.

“Face ao adiamento das juntas médicas no Estado de Emergência decretado na fase pandémica, e à escassez de equipas actualmente existentes”, a Associação Nacional de Cuidadores Informais manifesta a sua preocupação na “possível morosidade” dos processos instituídos para o acesso e pedido do Reconhecimento do ECI.

A Associação Nacional de Cuidadores Informais foi recebida, ontem, dia 24 de Junho, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que após a ouvir as preocupações que foram dirigidas em carta aberta, informou a sua inteira disponibilidade para que junto da Ministra do Trabalho e da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, procurar que haja atenção e desenvolvimento sobre as questões.

Recorde-se que, relativamente ao Estatuto do Cuidador Informal, que, em Novembro do ano passado, foi publicada na Madeira a Portaria que estabelece o Regulamento do Estatuto de Cuidador Informal, a nível regional. Trata-se do culminar de um processo que se iniciou, em Novembro de 2018, com o anúncio por parte da então secretária regional da Inclusão e Assuntos Sociais, Rita Andrade, de que o Governo Regional iria avançar autonomamente com a criação do Estatuto do Cuidador Informal da Região Autónoma da Madeira.

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