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Teletrabalho – o Mundo a partir de casa

Andávamos entretidos com estudos e benchmarking a propósito das vantagens e desvantagens do teletrabalho, quando um vírus nos obrigou a quase todos a trabalhar partir de casa.

É certo que em algumas profissões (não poucas) o teletrabalho não é possível, mas a pandemia veio mostrar que naqueles casos em que é possível os resultados podem ser positivamente surpreendentes. O que afinal nem é surpresa se tivermos em conta que em muitos países esta prática já está bastante mais enraizada.

Tomo por certa a ideia de que houve três tipos de empresas na reação a este fenómeno, que nenhum de nós esperava e que rapidamente se tornou massivo:

- As empresas – por regra as maiores - que já tinham alguns hábitos e rotinas mais discretas de teletrabalho acomodaram-se mais facilmente à situação. Tiveram apenas de acelerar esta nova cultura, que já tinha sido iniciada antes, então de forma mais tímida.

- As empresas que, não tendo esta experiência no passado, se souberam adaptar mesmo sem um plano, isto é, sem terem antes experimentado e testado o teletrabalho.

- E, por último, as empresas - normalmente as menos organizadas e com menos cultura incutida nos seus RH - que não tinham nunca sequer equacionado este regime e que ainda estão à procura de saber como melhorar a sua performance neste contexto.

Para a pergunta “o teletrabalho veio para ficar”? não tenho uma resposta, mas muito certamente que mesmo num cenário ideal, sem vírus, o trabalho não vai voltar a ser como era. Este cenário de mudança – ainda aqui vamos – veio transformar muito o mundo laboral como o conhecíamos até então.

Mesmo sabendo-se que a presença física das pessoas nas empresas é determinante para um conjunto de relações sociais que moldam a cultura da empresa e a tornam mais forte, o teletrabalho tem inúmeras vantagens para todos: empresas e colaboradores. É óbvio que desta vez foi feito de forma inesperada, rápida e massiva. Não foi seguramente a melhor forma de o fazer, mas não duvido que muitas destas experiências vieram para ficar, de forma parcial, pensada para o perfil de cada empresa e de acordo com novos métodos de trabalho.

Menos deslocações para o trabalho (muito relevantes em grandes cidades), mais tempo com e para a família, integração de hábitos pessoais como o exercício físico e as tarefas profissionais, reformulação dos horários de trabalho, redução do stress e mudança de rotinas pesadas e pouco criativas, são algumas das vantagens de trabalhar a partir de casa.

E num futuro em que as escolas estejam em funcionamento pleno, o mercado de trabalho volte em força e o desemprego comece a diminuir, as condições para o aumento consolidado do teletrabalho (temporário, parcial, gradual) enquanto cultura metódica e organizada, acabará certamente por se ir impondo.

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