Albuquerque, o pacificador
Muitas pessoas lembrar-se-ão do tempo em que Miguel Albuquerque era candidato à liderança do PSD Madeira, dos dias em que se multiplicavam as promessas de um “novo ciclo” político para a Região. Segundo ele, esse “novo ciclo” deveria passar, desde logo, pela imediata pacificação no sector da saúde.
Naquela fase da vida política era sentida uma particular turbulência no sector da saúde, pois, eram dias feitos de contestação organizada contra a direcção do Dr. Miguel Ferreira. Vai daí, a prioridade absoluta de Miguel Albuquerque era constituir - se, ele próprio, na alternativa, como forma de “pacificar a saúde” e dar início à prometida renovação. Em vez do discurso musculado, nasceria o sol do diálogo. Ao contrário da instabilidade institucional, seria garantida a conciliação de interesses.
Eis que temos instaurada a convulsão na saúde. O dito pacificador tornou-se no grande perturbador. Através da imposição de um Director Clínico, com o seu discurso de “rei sol”, do género “aqui quem manda sou eu!”, a anunciada postura dialogante deu lugar ao autoritarismo, o prometido espírito conciliador foi substituído pela arrogância anti-democrática.
Em lugar do suposto pacificador, o Presidente do Governo, como se não fossem suficientes as anteriores trapalhadas no sector da saúde - depois de forçadas demissões dos responsáveis governativos pela pasta da saúde, Manuel Brito e Faria Nunes, depois das demissões em bloco no serviço hospitalar - Albuquerque teima em ser o garante da instabilidade na saúde, na governação, na situação política regional.
Até quando conseguirá este governo acumular tantos erros grosseiros?