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ModaLisboa adapta-se aos tempos de pandemia

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Na 55.ª edição da ModaLisboa, além de os desfiles serem ao ar livre e terem menos público, os bastidores tornaram-se mais amplos, e os manequins têm de percorrer algumas centenas de metros para irem dos bastidores à 'passerelle'.

A pandemia da covid-19 provocou na ModaLisboa, cuja 55.ª edição começou esta quinta-feira, algumas alterações em relação a edições anteriores: algumas mais visíveis, como as apresentações de coleções ao ar livre, convidados e jornalistas em menor número e uma maior aposta no digital, e outras de bastidores, como espaços mais amplos e o uso de máscaras e luvas pelas várias equipas.

Nesta edição, a decorrer no Parque Eduardo VII, o Pavilhão Carlos Lopes, onde em edições anteriores cabia uma sala de desfiles, área social, sala de imprensa e bastidores, serve unicamente de 'backstage'.

Ali trabalha-se agora com mais espaço e, por haver mais espaço, a sensação para quem lá entra é de que há menos gente a passar de um lado para o outro.

Na sala maior do pavilhão, que em várias edições foi sala de desfiles, estão agora os camarins, ocupados hoje por Buzina, João Magalhães, Nuno Baltazar, Valentim Quaresma e Ricardo Preto.

É nestes espaços, mais amplos do que o habitual, que os manequins fazem o 'fitting' (vestem as roupas que vão desfilar), que nesta edição "é mais rápido", visto que, explicou o coordenador de 'backstage' e diretor de 'casting' da ModaLisboa, Luís Pereira, à Lusa, "não há trocas de roupa durante os desfiles".

Os assistentes de camarim, que mexem na roupa e nos acessórios, estão de máscara, obrigatórias para quem entra nos bastidores, mas também de luvas.

Os espaços destinados à maquilhagem e aos cabelos estão agora em zonas diferentes do Pavilhão Carlos Lopes e, em cada um deles, as cadeiras estão mais afastadas do que é habitual.

Luís Pereira confirma que "os espaços costumam ser mais pequenos e às vezes aglomeravam muita gente, acabando as pessoas por trabalhar em cima uma das outras".

"A preocupação este ano foi ter espaço para se conseguir trabalhar à vontade", partilhou.

Depois de devidamente penteados, maquilhados e vestidos, hoje os manequins tiveram de se deslocar cerca de 450 metros desde os bastidores até às 'passerelles' improvisadas no Jardim Amália Rodrigues, no alto do Parque Eduardo VII.

O percurso é feito a pé ou em pequenas carrinhas.

Este afastamento, "em termos de produção é mais difícil".

"Mas quando estamos a planear e a programar já pensamos nisso. Quando chega o 'designer' e os manequins, quatro horas antes, há ensaios, e como são locais sempre diferentes, tem de se ir mostrar várias vezes. Mas se todas as equipas cumprirem os horários definidos, tudo corre bem", disse Luís Pereira.

E para primeiro dia e com desfiles em espaços diferentes, "está a correr muito bem".

A 55.ª edição da ModaLisboa, que decorre até domingo, pode ser acompanhada 'online', através de uma app para telemóveis e tablets, de uma app TV da Meo e de um 'microssite'.

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