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Os silêncios de António Costa

Há silêncios ensurdecedores que revelam bem o carácter de um político e a forma peculiar de governar um país.

Silêncios injustificáveis quando estão em causa lamentáveis falhas do Estado, que originam a perda de vidas humanas, ou a falta de transparência e de credibilidade das instituições.

Silêncios inadmissíveis e reveladores de uma tremenda falta de solidariedade, no momento único que vivemos de crise pandémica.

Não nos esquecemos, do silêncio perante o trágico incêndio e a perda de vidas em Pedrógão ou do silêncio perante o desaparecimento de armas em Tancos.

Não nos esquecemos, do silêncio perante a nomeação do ex - ministro Mário Centeno como governador do Banco de Portugal, ou do silêncio perante a não recondução da Procuradora Geral da República Joana Marques Vidal ou ainda do mais recente silêncio perante a demissão via telefone de Vítor Caldeira, Presidente do Tribunal de Contas.

Não nos esquecemos, do silêncio perante os diversos pedidos de ajuda da Madeira e da falta de solidariedade do Governo socialista em altura de Covid -19. Falamos da moratória ao PAEF, “arrancada e aprovada a ferros” na Assembleia da República, no seguimento da nossa proposta ou da recusa do Estado em conceder-nos um aval que permitiria uma enorme poupança à Região.

Como referiu Miguel Esteves Cardoso “ao menos o aldrabão, através das palavras que nos deixa, pode ser analisado e confrontado. O calado, em contrapartida, está protegido. Não tendo falado, não mentiu. Mantendo o silêncio, não induziu ninguém em erro. E, caso tenha induzido, a culpa obviamente não foi dele”...

Sr. Primeiro - Ministro, os silêncios têm os seus limites e as pessoas não se esquecerão deles.

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