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Só dependo da minha consciência e dos meus valores

Tenho, da política, uma visão de serviço. Não me quero perpetuar em funções partidárias. Tenho profissão, tenho família, tenho projetos pessoais que gostaria de concretizar, tenho gosto pela vida e quero vivê-la. Sobretudo, não tenho dependências. Não tenho ligações a nenhum lóbi e grupo económico e só à minha consciência, à minha família e aos eleitores tenho a obrigação de prestar contas. Por tudo isso, assumo o desafio de liderar o CDS neste processo eleitoral de peito aberto e com enorme vontade de contribuir para, verdadeiramente, transformar a Madeira. Recentemente, o CDS apresentou o seu programa de Governo, um trabalho notável, que envolveu mais de 500 pessoas, entre especialistas nas diversas áreas e cidadãos que entenderam dar o seu contributo. Fomos o primeiro partido a fazê-lo e eu tenho orgulho nisso, mas tenho ainda mais orgulho no documento que tornámos público e que inclui um conjunto de propostas transformadoras e exequíveis, porque enquanto o CDS for por mim liderado, nunca prometerá mais do que aquilo que poderá cumprir. Durante a apresentação, tive oportunidade de repetir o que venho dizendo há algum tempo: olhem para as nossas ideias. Olhem para as soluções que apresentamos e para quem as poderá concretizar. Discutam-nas. Critiquem se acharem que o devem fazer, apoiem se acharem que merecem ser apoiadas, façam sugestões de correção se assim o entenderem. Nem eu, nem o CDS, somos infalíveis. Pelo contrário. Também cometemos erros, mas procuramos, sempre, não cometer o mesmo erro pela segunda vez. Quer eu, quer o CDS, gostamos de aprender, quer com aquilo que fazemos bem, quer com aquilo que fizemos mal. A isso eu chamo humildade. É com humildade, mas também com uma enorme vontade transformadora, que nos apresentamos a estas eleições. Não queremos ir para o Governo a qualquer preço. Se o povo da Madeira decidir dar-nos funções governativas, nada, mas mesmo nada, ficará como está. A Madeira precisa de uma transformação profunda em diversas áreas. Na saúde, humanizando o Sistema Regional de Saúde, diminuindo as listas de espera e dando melhores condições aos excelentes profissionais que temos, permitindo-lhes assim concentrar-se plenamente no tratamento dos doentes; na economia, baixando a carga fiscal sobre as pessoas e sobre as empresas, potenciando assim o investimento e consequente criação de emprego; no turismo, requalificando o destino e promovendo melhor as suas mais-valias. A Região deve encarar, com enorme seriedade, o crescente problema demográfico, sobretudo nos concelhos do norte e no Porto Santo; deve promover um desenvolvimento integrado, com especiais preocupações ambientais; deve ser um exemplo naquilo que se refere à solidariedade entre gerações; deve criar mecanismos que permitam distribuir melhor a riqueza, diminuindo as visíveis assimetrias sociais; deve definir regras claras de relacionamento com o estado central, que não passam pelo confronto permanente, mas que também não podem passar pela cedência. Deve, em resumo, ser palco de um processo de transformação, que em nada se coaduna com as maiorias absolutas que marcaram a autonomia. Aqui chegados, resta-me repetir outra das mensagens que procurei passar durante a apresentação do nosso Programa de Governo: eu não dependo de grupos económicos. Dependo da minha consciência e dos valores em que acredito. É com eles que me apresento a estas eleições, aguardando serenamente o resultado.