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Este é o (seu) momento

Na Madeira, este é o momento de acabar com as maiorias absolutas. Maioria absoluta, muitas vezes, é confundida com poder absoluto, com todas as implicações negativas que ele acarreta, desde a falta de respeito pelas opiniões contrárias, passando pelo favorecimento pessoal e pela transformação daquilo que é público em espaço privado de emprego e de favores. Já tivemos a nossa dose de maioria absoluta. De declaração sem contraditório, de pergunta sem resposta, de solução imposta. Por isso, chegou o momento da negociação. De avançar para uma governação mais representativa dos diversos grupos sociais, da diversidade que existe na sociedade madeirense. Este é o momento de aprender a respeitar o contraditório. De conceder direito de resposta e de dar respostas direitas.

Mas este é também o momento de perceber que os (falsos) Messias são cada vez mais comuns, navegando nas redes sociais à velocidade 4G, custando cada vez mais dinheiro ao bolso dos atuais e dos futuros contribuintes. Este é o momento de punir a irresponsabilidade e o aventureirismo – que não se deve confundir com arrojo e com criatividade. De dizer que geringonças com extremismos de esquerda não são replicáveis por cá. Porque atentam contra os valores e contra a forma de ser e de estar do povo da Madeira, que é dado ao trabalho. Que é empreendedor e que respeita quem, através do seu empenho e do seu mérito, cria emprego, cria riqueza, cria valor. Geringonças de extrema esquerda não são replicáveis por cá porque representam a falta de respeito pela propriedade. Pela liberdade. Pela tradição, pelos modos de vida escolhidos pela maioria de nós.

Este é o momento. De escolher de forma responsável. De escolher quem está preparado. De escolher programas e propostas exequíveis. As eleições não são uma passerelle e rir muito não é sinal de capacidade para governar. Mas as eleições também não são um referendo ao passado. As eleições são um espaço de debate de programas para o futuro, consubstanciados no conhecimento da realidade atual. As eleições não são um concurso de popularidade ou uma sessão de agradecimento por graças concedidas ou supostamente concedidas. As eleições são sobre o futuro. Sobre o nosso futuro coletivo e assim sendo, aos partidos compete trazer propostas realizáveis, que combatam os problemas do presente e que preparem melhor a comunidade para os tempos que virão.

O CDS crê firmemente que este é o momento de apresentar soluções. De esforçar-se para mostrar que existe uma estrada alternativa, que não passa pela impreparação, por geringonças de extrema esquerda, por maiorias absolutas e pela adoção de estratégias passadistas.

Este é o momento da responsabilidade e é em nome da responsabilidade que o CDS apresenta o seu projeto político. Sem amarras, sem dependências do poder económico, sem cedências a lóbis ou a grupos de interesse. Sem rir em demasia, porque também farta, mas sem fazer da campanha eleitoral um fardo que deve ser cumprido para manter o status quo. Foi em nome da responsabilidade que o CDS esteve, durante meses, a recolher contributos de profissionais reconhecidos em todos os setores de atividade, de forma a apresentar um Programa de Governo sério. Será em nome da responsabilidade que o CDS partirá para a próxima campanha eleitoral, mobilizado, ativo, com vontade de dizer, de fazer e de ouvir. Com vontade de construir um projeto de poder que a todos beneficie. Com vontade de construir um projeto de poder que respeite a forma de ser e de estar dos cidadãos da Madeira. É em nome da responsabilidade que hoje volto a pedir-lhe para que contribua com ideias, propostas, recomendações, críticas, porque as propostas que apresentaremos não se fecham no CDS. São inclusivas e não me pertencem a mim mais do que lhe pertencem a si. Não deixe de participar porque este é o momento. É o seu momento.