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Cafofo e Costa contra o Serviço Público de Saúde

Há mais de 20 anos que não se constrói hospitais públicos em Portugal através do Orçamento de Estado. Cascais, Braga, Loures e Vila F. de Xira foram construídos através de PPP totais que incluíram projecto, construção, equipamento e gestão clínica.

O Hospital Lisboa Oriental tem, desde há 2 anos, verba inscrita para o início das obras ( pese embora através de PPP mas o anteprojecto, que deveria estar concluído em Julho de 2018 só foi entregue em Janeiro de 2019 e levará 2 anos para decidir o vencedor, ou seja, a obra não se inicia antes de 2021. O início de actividade do HLO já esteve previsto e, foi anunciado para 2012, 2016, 2019 e 2021. É legítimo supor que foi mais um anúncio em vão.

Aqui na Madeira, deputados do PS afirmaram que o HLO tinha custado só 200 milhões de euros e que o HCM irá custar 350 milhões, insinuando que haveria desvio de dinheiro.

Tanta demagogia Para o HCM estão previstos 350 milhões e para o HLO mais de 600 milhões de euros.

O H Évora, já foi diversas vezes anunciado e orçamentado, vai de derrapagem em derrapagem passando o tempo e nada se faz, apesar de Costa “ter lançado” o novo Hospital, pasme-se, com cheque à vista para evitar adiamentos.

O H Seixal, já com anteprojecto feito, foi tudo deitado fora e vai gastar-se mais 1,2 milhões de euros para o projecto de um hospital de 60 camas, valor igual ao que se gastou com a alteração do projecto do novo HCM. Nem daqui a 6 anos este “hospitalzinho” estará concluído.

O H. C. do Algarve foi anunciado com pompa e circunstância e foi até lançada a primeira pedra em 2006, por Sócrates , mas os algarvios bem podem esperar. O Sec. Saúde Delgado, afirmou em Dezembro de 2016, que “volta a haver uma equipa de projecto em 2018 ou 2019”. Em Junho de 2018 foi aprovada, na Assembleia da República, uma proposta de recomendação para a construção do novo hospital mas nada foi feito e nem sequer o Programa Funcional foi revisto.

Medina em Lisboa prometeu construir 14 novos centros de saúde no valor de 30 milhões até hoje nada feito

Médicos de Família

Cafofo promete 100 médicos de família para a RAM, tal como Costa prometeu a concretização destes médicos para todos os utentes(cerca de 1 milhão) numa só legislatura. Mas Portugal tem 700 mil pessoas sem médico de família e os jovens médicos saíram do SNS para o estrangeiro ou para o sector privado.

Taxas moderadoras

Só em Janeiro de 2020 acabarão as taxas moderadoras nos C. Saúde do Continente. Na Madeira não se pagam taxas moderadoras nos Centros

Saúde Oral Portugal tem o dobro de dentistas e equipamentos segundo a O.M.S, mas o País é o segundo da Europa com mais necessidades cuidados de saúde oral A verba necessária para a saúde oral, em cada ano custaria o equivalente a quatro novos hospitais como o da Madeira.

H. Marmeleiros

Cafofo quer remodelar o HM para a S. Social, mas essa é a proposta da RAM para o PIC 2016 apresentada à República e que levou chumbo sem razão. Com esta solução poupar-se-ão 7 milhões de euros/ano.

Anestesistas

O H. de Almada perdeu 13 anestesistas, o P. Valente está nas lonas, Há falta de 540 de anestesistas no País e cerca de 10 na Madeira Cafofo vai importar anestesistas de onde?

PPP

Continua o drama do PS querer impor aos portugueses o modelo de o sector público (SNS) ser gerido pelo sector privado. Ao mesmo tempo continua a saga de reivindicações da população no sentido de beneficiação, remodelação e reequipamento das actuais unidades de saúde públicas existentes.

Na RAM não existem PPP. Será que Cafofo pretende criá-las?

Costa continua a não investir no sector público. Orçamenta Tanta tontice (o papel aceita que se escreva asneira) dado que não se fez o para enganar o povo mas Centeno cativa as verbas. Todavia cresce como cogumelos os hospitais privados . Os hospitais públicos perderam 3 mil camas nos últimos 10 anos, os privados ganharam 1700. Será que Cafofo quererá fazer a política privatista do sector de Saúde?

Sim, há profundas dificuldades financeiras do SNS. Sim, há subfinanciamento crónico, mas os grandes problemas têm a ver com a promiscuidade entre o público e o privado que não se sente só nas PPP, mas também dos profissionais que trabalham no SNS e em grandes grupos, que dominam completamente o sector privado, eliminando os pequenos e médios prestadores, sem futuro, mas ninguém tem coragem de enfrentar este grave problema que destrói o SNS.

Os profissionais devem ter a liberdade de escolha entre público e privado, entre SNS e grupos privados, mas não ter a liberdade de estar simultaneamente nos dois, pois os malefícios são bem conhecidos e a continuar será destruído o SNS por dentro, por mais dinheiro que se despeje nele.

A contrapartida para a exclusividade será oferecer aos profissionais de Saúde uma carreira digna e salários dignos que não têm.

Os apoiantes de Cafofo só trabalham no sector privado ou no sector promíscuo. Como poderão aspirar a querer gerir bem o Serviço Regional Público?

As políticas públicas têm enquadramento constitucional, estão sujeitas ao voto e são da responsabilidade do Estado e dos seus governantes. Os interesses privados são da responsabilidade dos accionistas. É por estas escolhas que se avalia a integridade dos políticos que gerem o País.