Crónicas

Alterações Climáticas

Levemos, por isso, este assunto como sério e premente para que o nosso Planeta seja, para além de um sítio seguro de viver, também saudável e menos perigoso

Com a chegada do Verão é tempo de calor, do Sol em força e de comer gelados. Mas é fundamental não os comermos com a testa. A temperatura cada vez mais instável faz com que para adivinharmos a meteorologia para daqui a dez dias precisemos de ver a previsão de cinco ou seis ‘sites’ diferentes e depois fazer a média. Mas vemos também estações trocadas, e por vezes até na prática abolidas. Ninguém na realidade sabe quando irá fazer calor ou frio. Encontramo-nos cada vez mais expostos a intempéries e ou desastres naturais como furacões, cheias e secas intensas. Basta para isso vermos com atenção como em apenas um dia derreteu 40% da área superficial da Gronelândia com uma perda recorde de 2 mil milhões de toneladas de gelo, como ficou bem patente na fotografia captada por Steffen Olsen do Instituto Meteorológico Dinamarquês.

Como se pode ver, os cães de trenó caminham sobre água num manto de gelo com apenas 1,2 metros de espessura num evento altamente invulgar para o mês de Junho. O aumento abrupto dos casos de cancro de pele são disso também exemplo paradigmático com a exposição solar cada vez mais assassina devido à diminuição latente da famosa camada do ozono que nos protege contra a radiação ultravioleta-B. São atitudes imponderadas e muitas vezes criadas por cada um de nós, mas com maior ênfase nos Governos que têm a obrigação de legislar sobre a emissão de gases poluentes, muitas vezes subjugados ao poder económico de certas indústrias que nos transportam para uma Era que se prevê cada vez mais desequilibrada com picos acentuados que se poderão revelar devastadores.

Este é um problema que não é só deles, nem só dos outros. É um problema de todos nós. Até acho de certa forma estranha existirem partidos denominados de Verdes porque Verdes, com atenção e preocupação com a natureza, com os animais e questões relacionadas com as alterações climáticas devemos ser todos e não pertença de um determinado espectro político. Infelizmente continuamos a ter Presidentes como Donald Trump que acham estes temas uma perda de tempo, condição de somenos, numa atitude obtusa e egoísta não pensando sequer no Planeta onde vive e muito menos nas novas gerações. O trabalho para uma política ambiental consciente e responsável tem que ser comum e homogéneo para que os resultados sejam visíveis já que falamos de um problema que afeta toda a humanidade. O que estes políticos ainda não perceberam é que não existe crescimento económico sustentado, nem bem-estar ou qualidade de vida sem esta responsabilização e sem medidas que tornem o Mundo mais preparado. Um estará sempre indexado ao outro.

Levemos, por isso, este assunto como sério e premente para que o nosso Planeta seja para além de um sítio seguro de viver também saudável e menos perigoso. Cabe também a cada um de nós percebê-lo, interiorizá-lo e pormos em prática no nosso dia-a-dia medidas que nos tornem mais amigos do ambiente e do que nos rodeia já que isto afetará as nossas praias a agricultura a pesca e até produtos como o vinho como tão bem lembrou o Nobel da Paz Rajendra Pachauri. De outra forma fenómenos extremos serão cada vez mais frequentes trazendo para toda a população inclusivamente mais doenças e mortes. É por isso decisivo envolver os jovens nesta luta tremenda, mostrar-lhes que o tempo de agir é agora e de que forma isso pode ser feito. Rajendra disse e muito bem que “os jovens devem ser parte da solução e não do problema”. Um Mundo menos consumista onde se plantem mais árvores, se usem energias limpas e menos produtos tóxicos. Nesta problemática, a informação é decisiva para que cada um, à sua maneira, possa fazer um pouco mais e caminharmos em conjunto para mitigar os efeitos das alterações climáticas.