Nove anos de trabalho

A contagem do tempo de serviço dos professores que esteve congelado durante 9 anos 4 meses e dois dias foi reprovada na A. da República. Seria uma ilusão esperar outra coisa do PSD e do CDS. Ainda não nos esquecemos que esses dois partidos, em 2012, além dos cortes, taxas e taxinhas, cortaram os subsídios de férias e de Natal da Função Pública e dos reformados, Estes subsídios foram repostos em 2013, por ser uma medida inconstitucional e a Troika não reclamou. Mas o prejuízo ficou connosco. O PS, que nunca se tinha juntado à esquerda, em 2015 viu-se na contingência de responder ao apelo de Catarina Martins e assim nasceu a chamada geringonça.

Mas os interesses falam muito alto, a burguesia não dorme, Centeno foi para o Parlamento Europeu e o PS ficou mais cativo dos grandes interesses. O tempo de serviço dos professores, entre outros, que esteve congelado durante mais de 9 anos, é mais que justo que seja contado, mesmo que não recebam os atrasados, pelo menos que seja contado para actualizar, neste momento, os seus salários que merecem ganhar daqui para a frente, de modo a fazer justiça a quem trabalhou e trabalha em prol da educação e desenvolvimento do nosso país.

Segundo li no DN, uma sondagem revela que 71% da população portuguesa é contra a contagem do tempo de serviço dos professores. Nestes 71% devem estar incluidos familiares de professores, alunos, jovens desempregados à espera de vagas no ensino para entrarem no serviço docente e grande parte dos trabalhadores deste país. A falta de civismo, de rigor intelectual, de seriedade, de solidariedade e de memória é deveras alarmante. A grande maioria das pessoas que votaram contra os professores esqueceu-se dos males que sofreu nos anos da troika, crise provocada pelas falcatruas dos bancos e foi o povo que a pagou. E o governo continua a meter muitos milhões nos bancos e os magnatas, como o Berardo e o Ricardo Salgado a levarem grossas somas de dinheiro e ainda se riem de nós. E os governantes dizem que não têm dinheiro para quem trabalha. Que mal viria ao mundo se o Novo Banco deixasse de existir?

E muita gente só tem maldade contra os direitos de quem trabalha, mas não se apoquentam contra quem dá cabo das finanças e da economia do país. De vez em quando, aparecem notícias informando que noutros países castigaram corruptos e logo se reclama porque em Portugal os nossos governantes não fazem assim. Pois eu vos digo: o povo desses países soube escolher os seus governantes. E em Portugal o que acontece? Como é que o povo português vota? Quem tem a maioria na Assembleia da República, no Governo e nas Autarquias? Quem votou assim não pode reclamar. QUEM BOA CAMA FAZ NELA SE VAI DEITAR.

Conceição Pereira