Chavões, sorrisos falsos e planos fechados!
Ataca-se a saúde regional quando a nível nacional centenas de denúncias chegaram, no último ano, à Ordem dos Médicos
Atualmente, é muito fácil ser-se candidato sem ideia nenhuma. Basta agarrar três ou quatro chavões, daqueles que toda a gente fala e embandeirar em arco, socorrendo-se do marketing e da máquina publicitária que é paga para projetar o nosso melhor perfil, o nosso melhor sorriso, fechando os planos para parecer que há mais gente do que na realidade esta à nossa volta. Mas isso, afinal de contas, serve para quê? Adianta o quê?
Decoram-se discursos que nada dizem. Confundem-se as ideias e as preocupações.
Mas, lá está, tudo o que não é verdadeiro e genuíno, facilmente se desmonta. Por mais esforços de maquilhagem, as máscaras acabam sempre por cair. E é aí que até se trocam as palavras porque uma delas falhou na memória, em cenas que chegam a ser confrangedoras e constrangedoras.
É aí que, sem holofotes por perto, o sorriso desvanece para dar lugar ao nervosismo de quem sabe que já não tem tudo controlado. De quem não esperava que os outros estivessem tão atentos, mobilizados e preparados, porque tiveram a ousadia e a ignorância de os subestimar.
Não há obsessão que valha neste campo. E muito menos valem as obsessões pelo poder que descuram o que é melhor para as pessoas e para o futuro da nossa terra.
Esta é a realidade da nossa oposição, que curiosamente se diz preparada para governar sem, todavia, dizer como, pedindo um cheque em branco à população, coagida a votar num projeto do qual pouco ou nada se conhece.
Um projeto sem estratégia, sem visão para o futuro e apenas baseado, lá está, nos tais chavões de que é preciso melhorar a saúde, a educação, o emprego e tudo o mais que dê para encaixar nas frases feitas, sem que se diga uma – nem sequer uma – medida do que será feito.
Fala-se da taxa de desemprego na Madeira e apregoa-se que é a mais alta do país, mas esconde-se que foi neste mandato, a cargo do PSD, que essa taxa se reduziu de 14,7%, em 2015, para 8,8%, em 2018 (dados do INE, relativos à totalidade dos anos em causa). Esconde-se que a diferença para os Açores – que em 2018 tinha uma taxa de desemprego de 8,6% - é mínima, região que, aliás, em 2015, partiu de uma taxa de 12,8%.
Ataca-se a saúde regional quando a nível nacional – e conforme recentemente noticiado - centenas de denúncias chegaram, no último ano, à Ordem dos Médicos sobre a falta de condições de trabalho, de segurança clínica ou de equipamentos no Serviço Nacional de Saúde, para além das agressões aos profissionais que continuam a aumentar.
Já na educação, dizem que somos os piores e ignora-se que a Madeira foi a única região do país a garantir que os professores recuperassem o tempo das suas carreiras.
São estes os argumentos que valem? Acham que conseguem enganar os madeirenses usando os chavões “Menos desemprego”, “Mais educação” e “Melhor saúde” e dando-nos, em troca, uma mão cheia de coisa nenhuma? Acham que é na chantagem do “É agora ou nunca!” que chegam lá?
Poupem-nos a estas jogadas.
E só mais uma coisa: não ousem brincar nem muito menos falar de autonomia quando é sabido que quem manda no projeto que apresentam (projeto?) é Lisboa. A luta levada a cabo pelo PSD/Madeira, ao longo das últimas quatro décadas, foi uma luta do povo madeirense que sempre soube pensar pela sua cabeça e que não está minimamente interessado em recuar no tempo para voltar à subserviência com os senhores de fora. Não somos nem voltaremos a ser marionetas do poder central.
Depois das “Alices” vieram as “Cinderelas” e nem assim conseguiram ser originais. “Cinderelas” que, pese os esforços das fadas madrinhas das agências de comunicação, esquecem-se, nessa ânsia de poder, que o feitiço dura apenas umas horas e que, em vez de saírem, correndo, chegada a hora de recolher, deixam que a magia desapareça aos olhos de todos.