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Recluso que filmou e divulgou imagens da cadeia do Linhó foi indentificado

É mais um caso de uso das redes sociais com aparelhos móveis dentro de prisões portuguesas

Foto Arquivo
Foto Arquivo

O recluso que filmou e divulgou imagens captadas ontem no interior do Estabelecimento Prisional do Linhó, em Sintra, foi identificado e será alvo de processo disciplinar, segundo fonte da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP).

“Quer o recluso que filmou e divulgou as imagens, captadas durante o recreio da manhã no Estabelecimento Prisional do Linhó, quer os outros reclusos que aparecem nas imagens estão devidamente identificados”, refere a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, numa nota enviada à Lusa.

A Direção-Geral acrescenta ainda que “estes reclusos, em conformidade com as disposições legais, serão objeto de procedimento e subsequentes sanções disciplinares, as quais poderão ir, consoante o grau de participação da cada um no ilícito disciplinar, até ao internamento em regime de segurança”.

O Correio da Manhã (CM) noticiou que sábado foi divulgado um vídeo, em direto na rede social Facebook, de uma “festa de aniversário no pátio da Ala A” no Estabelecimento Prisional do Linhó, no qual participa “um grupo de reclusos, cerca de 20”.

De acordo com o jornal, que teve acesso ao vídeo, com cerca de quatro minutos, nas imagens “é ainda possível ver um recluso a cortar o cabelo a outro, o que demonstra que estes têm acesso a objetos cortantes como é o caso de uma tesoura”. Além disso, “é ainda possível ver os reclusos a dançaram, divertidos, ao som de música com o volume alto”.

Ainda segundo o CM, nas imagens “não é possível verificar a presença dos guardas prisionais”.

Em fevereiro, um outro estabelecimento prisional em Portugal, dessa vez o de Paços de Ferreira, tinha sido notícia quando um grupo de reclusos ali organizou uma festa e a transmitiu em direto para o exterior, através de um telemóvel.

Depois desse episódio, a Guarda Prisional realizou na cadeia de Paços de Ferreira uma megaoperação envolvendo mais de 100 operacionais, durante a qual foram apreendidos telemóveis, drogas e outros artigos.

No dia 15 de fevereiro, a então diretora do Estabelecimento Prisional (EP) de Paços de Ferreira, Maria Fernanda Barbosa, pediu a demissão, que foi aceite pela tutela.

Maria Fernanda Barbosa tinha antes sido chamada ao parlamento, onde se recusou a dar explicações sobre esse episódio, alegando que o assunto estaria sob investigação.