Marca Madeira Desafios para a próxima década
O Turismo é a alavanca económica da Madeira e pretende-se uma notoriedade que marque a médio prazo e nos transporte para uma nova década de crescimento e sustentabilidade
Temos um destino invejável. Estaremos por certo todos de acordo em relação a isso. E quando o produto é de excelência, o caminho para o sucesso fica facilitado. Mas só por si isso não chega. É necessário trabalhar a marca para a posicionar da melhor forma, num mercado altamente concorrencial. No Turismo como na Vida, o estimulo passa por utilizar da melhor forma as ferramentas que temos ao nosso dispor para conseguir minimizar os constrangimentos, arranjando soluções alternativas para os mesmos e rentabilizar ao máximo as inúmeras oportunidades. Como? Com criatividade e visão estratégica, mas também com um grande conhecimento do mercado e vontade de inovar.
Aquilo que nos torna tão especiais e seguros, é também sinónimo das nossas maiores preocupações e revela-se um dos principais desafios do momento. A problemática dos transportes, sobretudo o aéreo, quer seja pela pelas contrariedades meteorológicas, como pelas limitações impostas pelas companhias aéreas sobretudo nos altos preços exagerados, mas também a falência de alguns operadores turísticos como a Thomas Cook, resultam numa ligeira deflação no número de turistas, invertendo uma tendência de crescimento que se vinha a acentuar nos últimos anos, registando quebras preocupantes quando por outro lado vamos aumentando o número de camas ano após ano, exigindo por isso medidas concretas.
Por outro lado, o conhecimento que temos dos principais mercados emissores, mas também as exigências em constante mutação de um público que pede cada vez mais um turismo saudável e de uma economia colaborativa, obrigam-nos a ser cada vez mais conhecedores e exigentes, para adequar um orçamento finito a uma estratégia de promoção que encontre as melhores soluções no tradicional, num estreitar de ligações com os tour operadores, em condições favoráveis para MICE ou clientes individuais, mas também no que ao “digital demand” diz respeito.É que hoje não devemos segmentar mercados só por países mas acima de tudo por gostos e escolhas. Construir pontes com quem marca a tendência e trabalhar com os meios de comunicação certos, sabendo que numa comunicação globalizada o digital marca a mudança. Torna-se assim necessário desenvolver uma nova área de Business Inteligence & Analytics, que trabalhe e capte toda a informação necessária “on time” e de uma forma precisa e acionável, para que se possa reagir antecipadamente às necessidades do cliente mas também que converta data em Business Inteligence.
Se a Madeira é conhecida pelas suas diversas formas de contato com a Natureza , pela sua autenticidade mas também pela dicotomia perfeita entre o tradicional e o cosmopolita, terá que ir ao encontro de um cliente ativo que goste de aventura, mas também de descontração e bem-estar. É por isso fundamental apresentar constantemente uma oferta de experiências inovadoras, que acrescentem valor ao destino, que mostre o nosso entusiasmo em receber, a nossa forma tão própria de nos dedicarmos a quem nos visita e que os marca invariavelmente, ao ponto de quererem muitas vezes repetir. É por isso fundamental termos cada vez mais atenção à preservação do nosso património histórico, e desenvolver mais e melhores soluções que permitam essas experiências numa dicotomia terra/mar, alavancando todo o nosso potencial único numa economia virada para as pessoas, assente nesse bem-estar , nos novos estilos de vida e na satisfação do turista.
O Turismo é a alavanca económica da Madeira e pretende-se uma notoriedade que marque a médio prazo e nos transporte para uma nova década de crescimento e sustentabilidade.O madeirense sabe receber. Está no seu ADN. O amor à sua terra move montanhas e a sua resiliência e disrupção, são capital inigualável que nos trouxe até onde estamos hoje. Precisamos por isso de partir para uma nova Era, dando continuidade ao bom trabalho realizado, com ímpeto reformista, que nos permita construir um futuro de sucesso. Acho importante o desenvolvimento e crescimento do parque hoteleiro, que tem sido acompanhado com restauração de valor com chefes de renome, ao mesmo tempo que vamos mantendo a oferta do mais genuíno. Será talvez necessário já que falamos de evolução, trabalhar mais e melhor na oferta dita complementar para que os turistas possam gastar mais no destino, porque esse será sempre o objetivo final a par da satisfação do cliente, que o transforma no primeiro e mais fiável veículo de comunicação, bem como o mais barato. Se “Madeira é Ouro”, é também Magia e é isso que os nossos turistas têm cada vez mais que sentir desde que aterram até se irem embora. Seja numa caminhada pelas maravilhosas levadas, ou num revigorante mergulho no mar. Nós somos únicos e as experiências que aqui se proporcionam de uma forma segura e saudável, não têm paralelo. É nisso que temos de ter orgulho. É essa a mensagem que tem que ser difundida pelo Mundo. Uma Madeira de momentos inesquecíveis, que capte novos públicos e que cresça nos actuais. Que os traga e os faça voltar. Que seja mesmo uma década de Ouro e de Magia , para a Madeira e para todos vós!