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Uma boa decisão para 2020: tirar uma licenciatura!

No começo do ano novo que se avizinha, muitas famílias andarão nervosas com a decisão de prossecução, ou não, dos estudos pelos seus filhos que frequentam o 12º ano. Esta decisão torna-se tanto mais fácil quanto mais informação se tem acessível.

Uma informação que está acessível em publicações internacionais como o Education at a Glance é a taxa interna de rendibilidade do ensino superior. Este indicador dá a taxa de desconto que aplicada ao fluxo de ganhos e custos da obtenção deste nível de ensino torna a sua soma igual a zero. Isto significa que um estudante pode pedir um empréstimo com um juro até essa taxa com a certeza que o nível de vida após a obtenção do grau e pagando o empréstimo é superior ao nível de vida que teria caso ficasse só com o ensino secundário.

No caso de Portugal e com os dados de 2016 o Education at a Glance apresenta uma taxa interna de rendibilidade de 10% para os homens e 12% para as mulheres que são taxas boas para qualquer tipo de investimento. A questão que se levanta é que a mesma publicação quando apresenta os valores com os dados de 2006 refere que a taxa de rendibilidade interna era de 18% tanto para homens como para mulheres.

Quem olhar para estes valores vai pensar que houve um grande decréscimo do aumento de rendimentos devido à obtenção do ensino superior, mas tal não é verdade. Entre 2006 e 2016 o valor atualizado dos benefícios passou de US$ 484.638 para 459 300 no caso dos homens (uma diminuição de 5%) e de US$ 355.877 para 358 700 no caso das mulheres (um aumento de 1%), por isso não houve uma diminuição significativa de benefícios no caso dos homens e no caso das mulheres os benefícios aumentaram.

O que justifica, em grande parte, a diminuição da taxa interna de rendibilidade é o grande aumento impostos que houve entre 2006 e 2016 sendo que os homens apesar de terem diminuído ligeiramente o montante de benefícios viram crescer em 79% os impostos a pagar sobre esses benefícios.

Assim a educação continua a ser uma boa opção. Porém uma parte significativa dos benefícios que a educação traz vai ser transferida para o Estado. Não deixe que este facto o leve a não tomar a decisão certa.

Quanto à escolha de curso e área de estudo não deixe de consultar as estatísticas de emprego (ou desemprego) pois se, por um lado, é verdade que não é só o ter emprego na área de formação que traz felicidade, por outro lado, o só se aperceber que o curso que tirou não tem valor de mercado após o ter terminado pode ser muito penalizante.

Votos de um Feliz Natal e um Ótimo 2020 com as escolhas acertadas.