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Somos nós que decidimos!

Se o povo for exigente não tenham dúvidas de que os políticos terão outro cuidado. Se o povo souber unir-se, o governo encontra soluções

Por estes dias li qualquer coisa do género: “Diz um – Não sei o que me preocupa mais: a ignorância ou o alheamento... Responde outro – Olha, eu não sei nem quero saber!”.

O que parece uma mera anedota é muito mais grave e profundo e espelha bem a nossa sociedade.

Quando falamos de política, a maior parte responde: “Não sou político, não percebo nada de política”; e outros tantos acrescentam: “São todos corruptos e ladrões”, generalizando o que não podia mesmo ser generalizado. E não podia porque, se juntarmos uma desconfiança popularizada em relação à classe política, damos azo ao aparecimento de movimentos radicais, populistas e extremistas que, se à primeira vista, parecem dar resposta a muitos problemas sociais, a médio/longo prazo, tornam-se uma grande dor de cabeça.

Marcelo, o Presidente, afirmou que, por mais imperfeita, injusta ou incompleta que seja a democracia, esta é sempre melhor que a sedutora miragem ditatorial. Para os mais cansados de observarem as injustiças da justiça, a impunidade de alguns, a corrupção, as desigualdades e a falta de reformas reais em sectores vitais, que permitam uma maior sustentabilidade a longo prazo da nossa sociedade, estas palavras poderão ser para “embalar”, mas a verdade é que nunca tiveram tanto significado perante o “mundo” que para aí vai.

Muitos gritam alto que não querem “Trumps” nem “Bolsonaros”, mas a verdade é que somos nós que permitimos que “eles” ganhem força e vão conquistando o poder. O povo é que tem o poder. São pessoas que “fazem” os partidos e elegem os seus dirigentes. É o povo que elege o “Governo”. Assim sendo, somos todos nós que fazemos o país e a Região que temos. Nunca nada poderá ser perfeito, mas poderá ser com certeza muito melhor se começarmos a ser exigentes e não nos demitirmos do que é a nossa responsabilidade individual na sociedade. Somos todos nós que fazemos o “local” onde vivemos. Se na nossa comunidade os vizinhos se ajudam e cooperam, se no seio familiar incutimos valores a cada membro, tenho a certeza que viveremos melhor em comunidade, onde o respeito e a tranquilidade vão imperar e, quando houver problemas, o povo mais facilmente se junta e consegue “reivindicar” resoluções. Se tivermos sempre a posição “não sei nem quero saber”, ficaremos isolados e nada correrá bem.

Este ano temos 3 eleições. Não sou diferente de ninguém e faço o apelo para votarem. Mas não votem só por votar. Votem conscientemente. Não votem na “cara” mais simpática, não votem em quem mais promete, não votem só porque a mãe, o pai, o namorado/a... votam. Percam um bocadinho de tempo e analisem as opções; muitas vezes as promessas são tão “tontas” que facilmente vemos que estão a tentar enganar-nos, tentem saber mais dos candidatos (fontes credíveis e não na “bilhardice maldizente” das redes sociais). Os partidos têm pessoas boas que nos podem representar e levar o país e a Região para a frente com credibilidade. Este é o momento em que ninguém se pode demitir das suas responsabilidades. Se o povo for exigente não tenham dúvidas de que os políticos terão outro cuidado. Se o povo souber unir-se, o governo encontra soluções e já temos exemplos disso por esse mundo fora.

Não deixe que os outros decidam por si. Deixem a virtualidade das “redes” e participem efectivamente na vida real onde tude se decide.

Este é o ano que pode fazer a diferença. Bom 2019!