Estudos de impacto ao ambiente da alma

Nas nossas diferentes atitudes e gestos quotidianos, há que fazer várias reflexões, estudos individuais e colectivos, à forma como destruímos o essencial, em benefício do acessório.

Preocupamo-nos com o que se vê em detrimento do que se sente; valorizamos demasiado a gramática, a dos erros ortográficos em detrimento do sentido, dos valores que veiculamos pelas palavras; perdemos tempo com o sentimento de culpa de não fazer o mesmo que os outros em lugar de sermos autênticos e de crescermos na diferença. Na diferença que se reinventa e partilha.

Se em qualquer mesa de café se repete como exemplo, que na política todos os políticos são iguais, corruptos e oportunistas, eu também tenho que contribuir injustamente para estas e outras generalizações, frases feitas ou preconceitos?

É necessária coragem para se Ser diferente, sermos resultado do refinamento de nós próprios, sermos o refinamento da ética pessoal e sonhada. Normalmente o vazio de sentido ideológico, é preenchido com clichés, formatos populares, gestos automáticos sem futuro. Anestesiados estamos e nem queremos questionar esse estado. É mais fácil. Queixamo-nos da falta de tempo, mas não questionamos o tempo que gastamos em futilidades. Não combatemos a nossa covardia para parar com esses procedimentos.

Como as crianças de tenra idade não deviamos perder nunca a vontade de perguntar, porquê?!

Fazer, produzir, obedecer a uma convenção ou preencher um documento estéril, porquê?!

No porquê, como fica a relação entre o eu e os outros? Devemos ou não, nos comparar uns em relação aos outros?

É preciso comparar e medir. Precisamos de agulhas para indicar em que nivel de crescimento, evolução pessoal estamos.

Cada um de nós julga ser boa pessoa, verdadeiro, trabalhador, responsável, corajoso, livre, mas na realidade só quando nos comparamos nas mesmas circunstâncias, nos mesmos atributos é que constatamos que nem sempre crescemos na diferença, com a mesma exigência.

Todos temos valores e expectativas semelhantes, em prioridades diferentes, mas não os tornamos coerentes na forma de tomar partido com igual determinação, activismo; não mostramos a face com a mesma claridade e sentido de transformação.

Cada vez menos, lutamos ou defendemos os nossos princípios como se fosse por um amor, a quem se dá a vida.

Continuar a privilegiar o receituário, o racional e

calculável e renegarmos por ser mais emocional, o intuitivo, o criativo ou passional tem impactos destruidores nas nossa motivações. Vamos continuar a ressequir as nossas almas?

Laiz Vieira