País

Costa pede que se reocupe o espaço consumido pelas chamas

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O primeiro-ministro, António Costa, defendeu hoje que é preciso reocupar “o espaço deixado em branco pela floresta que ardeu”, substituindo-a por uma floresta que acrescente valor àquilo que o país pode produzir.

O chefe do executivo discursava na cerimónia de inauguração das novas instalações da unidade da Carmo Wood, uma empresa de transformação de madeira em Oliveira de Frades, distrito de Viseu, que foi destruída pelo incêndio de 15 de Outubro de 2017.

Durante o discurso, António Costa apontou para o exemplo da Carmo Wood, que necessita de importar madeira para a trabalhar e transformar para posteriormente a exportar para o mercado internacional.

Nesse sentido, considerou que é necessário uma floresta que permita que empresas como a Carmo Wood não tenham que importar madeira, mas que possam encontrar “em território nacional a madeira que precisa” para depois transformar e enviar para o mercado estrangeiro.

“Aquilo com que nos temos que interrogar é o seguinte: Um país com a dimensão florestal que nós temos, como é que se pode dar ao luxo de ter uma floresta que depois destrói empresas com este valor e não uma floresta que produza madeiras com qualidade e que acrescente valor àquilo que em Portugal podemos produzir?”, salientou.

Segundo António Costa, Portugal tem uma grande carência de boa madeira, sendo necessário pôr um ponto final numa “floresta mal explorada e mal povoada”.

Fazendo uma alusão à revisão em alta do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro semestre de 2018 pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o primeiro-ministro frisou que é necessário que o PIB continue a crescer “mais e mais”.

Para isso, será necessário não apenas casar “a determinação dos empresários” e “o amor à camisola” dos trabalhadores - tal como encontrou na Carmo Wood -, mas também garantir que Portugal tem “recursos endógenos de maior qualidade”.

De acordo com o líder do Governo, das 71 empresas afectadas pelo incêndio de 15 de outubro em Oliveira de Frades, 70 já estão com as obras de reconstrução concluídas ou em processo de reconstrução.

“Aquilo que é a lição fundamental que todos temos que retirar é que, de facto, é sempre possível renascer, por maiores que sejam as nossas dificuldades”, vincou.