Madeira

Governo investe nos velhos enquanto novo hospital não chega

A Madeira continua no grupo para receber os helicópteros para combate aos incêndios no próximo Verão

A foto de família dos profissionais que se juntaram às comemorações de hoje.
A foto de família dos profissionais que se juntaram às comemorações de hoje.

O secretário regional da saúde tem esperança de que a visita da Comissão de Saúde da Assembleia da República à Madeira em Maio possa ajudar a desbloquear o processo do novo hospital. “Infelizmente, quanto ao novo hospital, de facto o primeiro-ministro continua numa posição antagónica aos interesses dos madeirenses e porto-santenses”, afirmou esta tarde Pedro Ramos, que esteve presente nas comemorações do Dia Mundial da Saúde no Centro de Saúde do Bom Jesus. “A Madeira está em condições de lançar o projecto, precisamos apenas do financiamento e precisamos que esse financiamento esteja perfeitamente definido e integrado no Orçamento de Estado”. Enquanto este não anda, o serviço vai investir no Hospital dos Marmeleiros, no serviço de urgência e no bloco operatório.

Os concursos para as obras do serviço de urgência e do bloco operatório deverão ser lançados dentro de dois a três meses, revelou, um investimento na ordem dos 4 a 5 milhões de euros, assim como o que vai beneficiar o Hospital dos Marmeleiros, a ser lançado “brevemente” e que vai custar à volta de um milhão. As obras no hospital do Monte deverão estar concluídas até ao final de 2019.

O financiamento do novo hospital é uma das questões que continuam em cima da mesa de negociações, para já sem fim à vista, ao contrário da questão do subsistema de saúde dos funcionários públicos, a ADSE, e dos meios aéreos para combate a incêndios, que Pedro Ramos acredita estão a chegara bom porto. “Foi-nos dito que a nível dos meios aéreos, a nível da ADSE que está para breve a sua completa resolução”, informou, na sequência de reuniões que manteve em Lisboa. A ADSE já deveria estar a funcionar desde 1 de Janeiro na Região e o novo hospital “já teria que ter outro andamento que ainda não tem”, lamentou o governante.

Pedro Ramos esteve reunido com o presidente da ADSE onde foi garantida a resolução do problema ainda este mês num Conselho de Ministros. Quanto aos resultados da reunião com o secretário de Estado da Protecção Civil para resolver o problema relativamente aos meios aéreos, Pedro Ramos informou que a Madeira está incluída no grupo de aquisição dos helicópteros para este ano. “Devo dizer que o valor do helicóptero não é 1,2 milhões de euros, esse é o valor despendido pelo governo para todo o processo, que envolve o helicóptero, a formação das equipas helitransportadas, a criação dos acessos para as zonas perfeitamente identificadas para a recolha de água para o combate e ainda o mapeamento que temos de ter no que diz respeito aos cabos eléctricos e de electricidade onde o helicóptero poderá eventualmente ter que actuar”.

Ontem vários centros de saúde estiveram excepcionalmente abertos para celebrar o Dia Mundial da Saúde. Saúde para todos é da responsabilidade dos cuidados de saúde primários, afirmou o secretário, destacando os bons resultados a nível financeiro do SESARAM, quando comparado com as dívidas do Serviço Nacional de Saúde e do sistema de saúde dos Açores. “Nós até estamos numa fase muito boa neste momento. Se compararmos 1.400 milhões de euros, que é a dívida do Serviço Nacional de Saúde; 1.000 milhões de euros, que é a dívida do Serviço Regional de Saúde da Região Autónoma dos Açores; e 193 milhões de euros, 163 de dívida financeira e 33 de dívida comercial, do Serviço Regional de Saúde, este é um bom exemplo da sustentabilidade actual do SESARAM, da melhoria contínua que as equipas anteriores e esta equipa continua a promover”, defendeu.

A saúde na Madeira, afirmou, “tem de ser interpretada de uma forma diferente. Quando menos entendemos, temos necessidade de julgar cada vez mais”.

Entre os compromissos deste governo está o aumento até 100% da cobertura dos cuidados de saúde primários.