País

Três lanchas rápidas chegam aos Açores até ao final do ano

Entrega dos ‘Vigilante’ atrasou-se por causa da complexidade do concurso público

Foto Marinha
Foto Marinha

O chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Silva Ribeiro, disse ontem que três lanchas rápidas vão chegar aos Açores no último trimestre do ano, justificando o atraso com a complexidade do concurso público.

“As lanchas estão quase prontas e no último trimestre deste ano virão para a região autónoma”, afirmou aos jornalistas Silva Ribeiro, após ser recebido pelo presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

Em dezembro, o secretário de Estado da Defesa Nacional, Marcos Perestrello, anunciou que os Açores iriam passar a contar com três lanchas rápidas e um novo salva-vidas.

“Tencionamos atribuir ao arquipélago dos Açores o primeiro salva-vidas de grande capacidade, ‘Vigilante 21’, que estará concluído na indústria nacional, no Arsenal do Alfeite, no final de 2018”, explicou então Marcos Perestrello, adiantando que, no início de 2017, “entrarão em funções três novas lanchas ao serviço da Autoridade Marítima nos Açores”.

O chefe do Estado-Maior da Armada esclareceu que foi necessário “abrir o concurso público com requisitos mais complexos e isso é que levou ao atraso do processo de adjudicação e de construção das lanchas”.

O almirante Silva Ribeiro adiantou que na audiência informou Vasco Cordeiro “sobre as novas alterações que vão ocorrer” nos Açores em matéria de “capacidades da Marinha e da Autoridade Marítima”, de que apontou as três lanchas para as ilhas de São Jorge, Terceira e Flores.

“Também falámos no processo de finalização das corvetas que serão substituídas durante o ano de 2018 pelas patrulhas da classe ‘Viana do Castelo’ e do reforço que irá decorrer da construção de um salva-vidas da classe ‘Vigilante’ que virá para o grupo central [ilhas do Pico, São Jorge, Terceira, Graciosa e Faial]”, referiu, esclarecendo ter sido igualmente abordado, entre outros temas, o reforço de meios humanos, sobretudo da Polícia Marítima.

Questionado sobre quantos novos elementos poderão chegar aos Açores, Silva Ribeiro salientou que “depende daquilo que forem as admissões permitidas pelo Governo”.

“Há fortes restrições na entrada de efetivos para os diferentes corpos do Estado. Este ano tivemos a possibilidade de fazer um curso com 20 agentes, alguns desses agentes virão reforçar os Açores”, garantiu, explicando que “a grande prioridade é a Horta, fruto da atividade no grupo central”, e Ponta Delgada, principal porto dos Açores.

Sobre o sistema “Costa Segura”, o almirante sublinhou o “esforço de montar mais radares e câmaras”, que terminará na região em 2018, “permitindo a cobertura total das águas territoriais”.

O presidente do executivo açoriano considerou uma “boa notícia” para a Região Autónoma dos Açores o reforço de meios e equipamentos, recursos humanos e do projeto “Costa Segura”.

“Vem na sequência de várias insistências da parte do Governo Regional, mas que demonstra, também, que quer da parte política, nomeadamente ao nível do Governo da República, quer em concreto da parte da Marinha, há esta resposta a essas solicitações”, declarou Vasco Cordeiro.

O “Costa Segura” é um sistema de fiscalização que vai permitir monitorizar, mesmo a partir de terra, todas as zonas costeiras do país. O sistema de fiscalização recorre a equipamentos de radar, câmaras óticas térmicas e rádios VHF para monitorizar as embarcações ao largo da costa, em tempo real, com o objetivo de melhorar as ações de patrulhamento, busca e salvamento marítimo.