Fundo de inovação da Google atribui 1,26 ME a cinco projectos de media portugueses
O fundo de Inovação Digital News Initiative (DNI) atribuiu 1,26 milhões de euros a cinco projetos de jornalismo digital portugueses, entre os quais o jornal Público e os grupos Impresa e Cofina, anunciou hoje a Google.
Esta é a terceira ronda de financiamento do fundo DNI, que atribuiu um total de 21,9 milhões de euros a 107 projetos de 27 países europeus, dos quais cerca de 4,7 milhões de euros a Portugal.
O DNI atribuiu agora 425 mil euros ao grupo Impresa, que detém o Expresso e a SIC, entre outros, 389,7 mil euros ao Público e 350 mil euros ao grupo Cofina, dono do Correio da Manhã e do Jornal de Negócios.
Por sua vez, a Empresa Jornalística Região de Leiria recebeu 50 mil euros para um protótipo, montante igual ao destinado à associação Visapress.
O montante disponibilizado para o Público, Impresa e Cofina - no total superior a 1,1 milhões de euros - destina-se a grandes projetos.
De acordo com a Google, o projeto do jornal Público chama-se +Perto e “será uma aplicação móvel focada em jornalismo hiperlocal que irá proporcionar aos utilizadores notícias e informações locais relevantes para facilitar as suas vidas diárias”, adiantando que a mesma “vai funcionar como um agente de informação hiperlocal, utilizando tencologias de geolocalização e de escrita automática para apresentar informações tais como o trânsito, meteorologia, desporto, cinemas e restaurantes em locais próximos, em paralelo com a respetiva cobertura jornalística”.
Já a Impresa e a Get Social “têm a ambição de desenvolverem uma inovadora solução de ‘business analytics’ para apoiar o modelo de negócio do Expresso - centrado no cliente - cuja receita é proveniente, maioritariamente, do conteúdo pago e das assinaturas, explorando o forte património da marca em notícias e nos respetivos conteúdos com o valor acrescentado”.
Por sua vez, a Cofina tem como aposta o Videobite, “que visa criar e implementar uma nova plataforma centralizada para gerir o fluxo de trabalho de vídeo ‘online’, utilizando um modelo unificado para registar, adicionar, arquivar, editar e distribuir vídeos nos canais ‘online’” do grupo.
“Todo o conteúdo digital produzido pelos jornalistas da Cofina será armazenado num arquivo central (para uso interno durante um determinado período), mas, de uma forma gradual, partes do arquivo passarão a estar acessíveis a entidades externas através de um modelo de assinatura, criando assim um novo arquivo nacional de media da história contemporânea”.
O protótipo da Visapress resulta numa plataforma empresarial (B2B) que tem como objetivo “fornecer conteúdos noticiosos originais e licenciados em tempo útil a clientes tão diversos como organizações de monitorização de media ‘startups’, serviços públicos, entre outros.
Já o protótipo da Empresa Jornalística Região de Leiria assenta numa plataforma digital e uma aplicação móvel denominada “Repórter do mundo”, onde os emigrantes são convidados a contarem as suas experiências no exterior: “Ao mesmo tempo, os emigrantes recebem notícias atualizadas, informações, oportunidades profissionais e de negócios relacionadas com a região de de onde partiram”.
“Além do investimento no desenvolvimento de produtos, investigação e formação, também lançámos o Fundo de Inovação DNI no valor de 150 milhões de euros para apoiar projetos de toda a indústria europeia de notícias”, refere um ‘post’ na Internet do responsável do DNI, Ludovic Blecher.
Nesta terceira ronda,a Google recebeu mais de 988 candidaturas vindas de 27 países: “Dos 107 projetos, hoje financiados, 49 são protótipos (projetos em fase inicial que referem financiamento até 50 mil euros), 31 são projetos médios (requerem financiamento até 300 mil euros) e 27 são grandes projetos (requerem financiamento até um milhão de euros)”, adiantou.