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Projecto ‘Capelas ao Luar’ com última actividade no Porto Santo

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A edição deste ano do projecto ‘Capelas ao Luar’ termina no próximo sábado na Capela do Espírito Santo, na ilha do Porto Santo. Pelas 21h00, haverá um apontamento de música barroca por elementos da Orquestra Clássica da Madeira, e, às 21h30, terá lugar a visita guiada à Capela, orientada por Rita Rodrigues e Francisco Clode de Sousa, a par do lançamento de um guia patrimonial.

Uma nota da Secretaria Regional da Economia, Turismo e Cultura explica que o acesso a esta actividade é gratuito, mas carece de inscrição prévia através do endereço [email protected]. ‘Capelas ao Luar’ é uma iniciativa da Direcção Regional da Cultura e conta com a participação da Orquestra Clássica da Madeira-Associação de Notas e Sinfonias Atlânticas (ANSA).

A mesma nota adianta que a Capela do Espírito Santo, situada no Campo de Baixo, Porto Santo, é uma construção do início do século XVII, ainda de traça maneirista. Conhece-se campanha de obras no século XVII, mas as intervenções mais significativas decorreram nos séculos XVIII, XIX e XX. No seu interior destacam-se o retábulo de talha, policromado, cujos figurinos remetem para produção oficinal regional do século XVII, um sacrário de madeira dourada; um cálice de prata dourada e uma píxide de prata, ambos do século XVII; um “Cristo crucificado”, em madeira, datável do século XVIII; pia batismal com taça esférica e base hexagonal executada em cantaria rija e pia de água benta em cantaria do Porto Santo; tecto em madeira pintado com elementos decorativos do século XX; um silhar de azulejos de tapete de produção recente. De referir, ainda, o arco triunfal, de volta plena e suportado por duas pilastras, lavrado em cantaria do Porto Santo, que separa a nave da capela-mor. A capela apresenta, ainda, coro alto com balaustrada executada em madeira.

A grande referência patrimonial desta capela é uma pintura a óleo sobre tábua, de pequenas dimensões, do século XVI, que não deverá ultrapassar a data de 1530, de oficina flamenga, representando uma “Sagrada Família”. A pintura está atribuída às oficinas de Antuérpia de Joos van Clève, de seu nome próprio Joos van der Beke (c.1485-1540) ou Quentin Metsys (1466-1530), ou seguidores destas oficinas. A pintura “Sagrada Família” esteve exposta nas exposições “Jesus Cristo – Ontem, Hoje e Sempre, em 2002, e “Madeira, do Atlântico aos confins da Terra”, em 2014, comemorativa dos 500 Anos da Diocese, ambas no Museu de Arte Sacra do Funchal. A primeira exposição foi coordenada por Luiza Clode, com concepção expositiva de D. Teodoro Faria, e a segunda comissariada por Francisco Clode de Sousa, Luiza Clode e D. Teodoro de Faria, e com o apoio científico das historiadoras Isabel Santa Clara e Rita Rodrigues.