Sem Cultura vivem os bichos!

«Podemos orgulhar-nos no domínio da Cultura»(!), disse Passos Coelho. Enquanto desgoverno atirou-nos para uma vil tristeza colectiva e de enormes dramas para a Cultura e seus agentes.

Demagogia e embuste são seus atributos. A Cultura também é auto-estima e, por isso, a imbecilidade aniquila-a. A direita detesta a Cultura, vendo-a como mero sorvedor de subsídios,

não reconhecendo o papel essencial no desenvolvimento individual da cidadania e da própria economia, sendo fonte geradora de emprego e receita.

Numa sociedade decente, o ministério da Cultura terá tanto peso quanto o ministério das Finanças. Os agentes culturais depositaram esperança na Cultura, elevada a ministério e dirigida por um poeta, em vão. É o ministério com menor preponderância e com escassos recursos. Catarina Martins, BE, insurgiu-se contra a falta de apoio e meios para a Cultura. Então, os acordos para a maioria parlamentar, não contemplaram uma política que visasse inverter comurgência o dramático panorama cultural? A Cultura torna as pessoas sem medo, aspirando ao belo, cristalino e sublime. Sem ela a vida passa ao lado e há empobrecimento espiritual. O sistema político deve criar cidadãos e não súbditos.

O Teatro da Cornucópia não aguentou o desinvestimento e desresponsabilização do Estado. Em 2014, o seu notável encenador Luis Miguel Cintra disse-me: ‘Podemos estar à beira de pré-encerramento’. Tendo encerrado, perdeu-se um emblema do património cultural e foi como ter ardido uma Biblioteca!

Urge destinar 1% do Orçamento para assegurar um serviço público de Cultura. Um povo culto exerce qualitativa cidadania, é mais discernido e não baixa a cabeça!

Viva a Cultura!

Vítor Colaço Santos