Chineses compram mais marcas de luxo além-fronteiras
Os chineses compram cada vez mais produtos de luxo no estrangeiro e menos no seu país, forçando várias marcas de gama alta a encerrar lojas no 'gigante asiático', segundo um estudo elaborado por uma consultora chinesa.
O trabalho, desenvolvido pela Fortune Character Institute e publicado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, estima que o consumo de luxo realizado por chineses além-fronteiras aumentará este ano 9% em termos homólogos.
No conjunto, o valor gasto previsto até ao final de 2015 ascende a 117.000 milhões de dólares (cerca de 110.000 milhões de euros), mais de metade do Produtos Interno Bruto (PIB) português.
O mesmo estudo calcula que os consumidores de produtos de luxo oriundos da China são os principais clientes a nível global, correspondendo a 46% da totalidade, e que fazem 78% das compras além-fronteiras.
Contudo, o aumento do consumo de bens de luxo por parte de chineses contrasta com as dificuldades que o setor atravessa no mercado doméstico.
Segundo a Fortune Character Institute, o segmento de luxo no 'gigante asiático' sofrerá este ano uma contração equivalente a 10% do montante global, um ponto percentual abaixo da queda sofrida em 2014.
Em 2015, mais de 80% das marcas de luxo internacionais encerraram lojas na China, com a consultora a prever que no próximo ano essa cifra aumente para 95%.
Uma das marcas, a francesa Louis Vuitton anunciou na semana passada que vai encerrar três lojas na China, incluindo a primeira que abriu, na cidade de Cantão, no sul do país.
Vários peritos apontam a desaceleração da economia, que cresceu no último trimestre ao nível mais baixo desde o pico da crise financeira internacional (6,9%), e a persistente campanha anticorrupção lançada pelo Governo, como as causas principais desta contração.
O estudo da Fortune Character Institute incluiu uma sondagem a 3.800 cidadãos chineses com rendimentos superiores a 5 milhões de yuan (730.000 euros).