“Há potencial para aumentar o tráfego para a Madeira”
Que novidades a Madeira pode esperar da Easyjet nos próximos meses? A Easyjet começou a voar para a Madeira em 2007, quando iniciámos a rota de Londres. Mas um dos marcos mais importantes foi em 2008 quando começámos a voar entre Lisboa e Funchal, graças à liberalização da rota. Entretanto, já fazemos a rota de Bristol. Este ano não tivemos nenhuma rota nova para a Madeira mas já estamos a planear o ano de 2015 e a ideia é manter estas rotas e estudar novas rotas. Como é um destino turístico atractivo, há sempre a possibilidade de iniciar rotas do Reino Unido, Alemanha, França, Itália ou Suíça. São estes mercados, onde somos fortes, que estamos a analisar para possíveis novas rotas para o Funchal. Estamos sempre a avaliar novas rotas, numa média de 150 a 200 possíveis rotas. Uma das vantagens que a Easyjet tem é que somos uma empresa muito rentável. No ano passado tivemos um lucro recorde de 478 milhões de libras [568 milhões de euros], com 17% de rentabilidade sobre o capital aplicado, algo que é único na indústria aérea europeia.
Qual é a importância da Madeira na vossa rede? Assinalámos em Abril deste ano o transporte de 1 milhão de passageiros na rota entre Lisboa e Funchal desde o seu início em 2008. Também somámos 2 milhões de passageiros nas três rotas que fazemos para a Madeira desde 2007. É um contributo importante para o turismo da Região e esperamos dar continuidade a esta evolução.
Quando os administradores da Easyjet se reúnem, a rota da Madeira é apontada como uma aposta ganha? Nas reuniões anuais os administradores não se põem a ver um aeroporto individualmente, por muito atractivo que seja. Analisam, sobretudo, mercados regionais. O que a equipa de direcção da Easyjet Portugal considera muito claro é que a Madeira é um destino muito atractivo e pensamos que há potencial para, no futuro, continuar a aumentar o tráfego.Há novas rotas previstas para Portugal? Desde 1998 que operamos em Portugal e em 2012 abrimos a base em Lisboa. Começámos com dois aviões e passámos já aos quatro aviões, temos 140 funcionários a trabalhar em Lisboa. Os nossos objectivos então assumidos - chegar a 2 milhões de passageiros em Lisboa e a 4 milhões de passageiros em todo o país – foram alcançados. Quanto ao futuro, gostaríamos de aumentar as frequências para os destinos já existentes e também seria muito bom que os Açores fizessem o mesmo que a Madeira fez em 2008, a liberalização da rota, para permitir que outros operadores, como a Easyjet, comecem a operar entre Lisboa e Ponta Delgada. Os açorianos seriam beneficiados como os madeirenses.
Esse benefício traduziu-se numa redução dos preços das viagens? Desde 2008, quando iniciámos a rota Lisboa-Funchal, a tarifa média que um passageiro paga baixou 36 por cento. Mas esses são os preços das várias companhias, já que as tarifas da Easyjet são 60 por cento mais baratas do que as que se praticavam antes da liberalização! Esse é o grande benefício dos madeirenses e achamos que a população dos Açores também merecia tarifas mais baratas. Já aconselhámos o Governo da República e o Governo Regional que a liberalização é a melhor opção.
A ANAM anunciou que as tarifas do Aeroporto da Madeira vão baixar nos próximos cinco anos para o nível das do Aeroporto de Lisboa. Esta redução é importante para a Easyjet? É muito importante, porque 25 por cento dos nossos custos totais de operação são taxas aeroportuárias. É o segundo maior custo. O primeiro é o combustível, que representa 33 por cento dos custos. Como sabemos, o Aeroporto da Madeira é, de longe, o mais caro de toda a rede de aeroportos portugueses, devido aos investimentos realizados, pelo que vemos com bons olhos essa redução nos próximos anos.As nossas taxas são mais caras do que as dos aeroportos de Espanha? Estão mais ou menos a par dos aeroportos mais caros de Espanha, que são Madrid e Barcelona e que têm muito mais tráfego. Mas se comparamos com os aeroportos turísticos das Canárias ou Baleares, o Aeroporto da Madeira é muitíssimo mais caro. A redução dessas taxas ajudará a aumentar o tráfego para a Madeira.A Madeira tem mercado para a entrada de mais companhias ‘low cost’? Grande parte da procura que temos é procura que nós gerámos pelo facto de termos preços baixos. Por exemplo, um estudante madeirense em Lisboa que só vinha à Madeira uma vez no Verão e outra no Inverno, agora, se quiser, pode fazê-lo todos os meses. O crescimento que se verificou na rota de Lisboa pode acontecer noutras rotas. É claro que tudo tem um limite, que depende da procura potencial na origem e no destino Madeira. Se surgirem novas rotas de outros destinos é possível a entrada de novas companhias. Aliás, esse cenário das ‘low cost’ já é real, porque voam para a Madeira a Easyjet, a Transavia, a Norwegian, a Air Berlin... A atractividade do destino face a outros destinos de férias concorrentes é outro factor que pode determinar o interesse das companhias e aí a promoção tem de ser atractiva.
O que quer dizer com promoção atractiva? Fazendo uma boa promoção nos mercados de origem e bem focada, e não simplesmente gastar dinheiro em folhetos de qualquer forma. A promoção tem de ser trabalhada com as companhias aéreas e outros parceiros com papel importante. Por exemplo, a página da Easyjet na Internet é a mais visitada de todas as companhias aéreas do Reino Unido, com milhões de visitas por dia. Já trabalhamos em conjunto com o Turismo da Madeira e com o Aeroporto da Madeira para tornar o destino mais conhecido e também para o vender. A impressão que temos do enfoque da promoção da Madeira é bastante boa e estamos muito satisfeitos com a forma como trabalham as autoridades turísticas da Madeira na promoção da região.