Turismo

Grupo norte-americano da Dolce Hotels and Resorts quer expandir-se em Portugal

O Grupo Dolce Hotels and Resorts, que desde agosto gere o empreendimento turístico de luxo Campo Real de Torres Vedras, quer expandir a operação em Portugal e em outros países da Europa, disse o presidente do grupo à Lusa.

De passagem por Torres Vedras, onde o grupo detém o único hotel em Portugal desde agosto e aquele que acolheu a reunião anual dos diretores-gerais das 26 unidades do grupo espalhadas pelo mundo, Steven Rudnitsky afirmou à agência Lusa que "existem oportunidades de abrir outros hotéis em Portugal, talvez um no Algarve e outro no Porto no próximo ano".

Apesar da recessão económica em Portugal, "o pior parece estar ultrapassado e existe um mercado de oportunidades", justificou o responsável, sem avançar mais pormenores sobre os plenos de expansão.

Portugal já estava há algum tempo na mira do grupo Dolce Hotels and Resorts, depois deste se ter instalado em sete cidades europeias.

Tendo em conta a vocação dos seus hotéis para o turismo de negócios, o presidente do grupo diz que "a zona de Lisboa é claramente um mercado que os clientes gostam por ser fora da cidade", tal como lhes acontece em Bruxelas, Paris, Barcelona, Munique, Frankfurt.

"Por isso, o próximo passo lógico seria termos um empreendimento em Lisboa. Há aqui um mercado de oportunidades", sublinhou.

Mas, a cadeira norte-americana pretende também expandir-se em outros locais da Europa, mercado que Steven Rudnitsky classifica de "muito desafiante e onde o grupo começa a ter sinais positivos, por serem economias que estão a começar a recuperar".

"Temos novos hotéis na forja para os próximos meses em diferentes locais, um dos quais será provavelmente, França, onde tencionamos abrir três ainda este ano", adiantou.

Em agosto, o empreendimento turístico de luxo Campo Real, em Torres Vedras, passou a ser gerido pela cadeira norte-americada, passando a designar-se Dolce CampoReal Lisboa, depois de ter sido adquirido pelo Fundo Discovery e de ter reaberto em maio.

Em março de 2013, o hotel encerrou e despediu mais de uma centena de trabalhadores, no âmbito de um processo de insolvência requerida pela anterior administração do Grupo Orizon, por falta de liquidez financeira para pagar salários.

Depois de terem sido recusadas propostas de compra por parte de outros investidores por não serem consideradas vantajosas, os credores - o principal foi o BCP -, decidiram entregar o empreendimento ao Fundo Discovery, que gere ativos imobiliários turísticos em Portugal desde setembro de 2012.

O insolvente Grupo Orizon, cuja administração era liderada por Eduardo Neto de Almeida, tinha em 2009 passado a propriedade do imóvel para o BCP, para reduzir a dívida causada pelo financiamento de construção de todo o empreendimento, inaugurado em 2007.

A empresa, que geriu o hotel até à data da insolvência em 2011, possuía, na altura, 654 credores e dívidas na ordem dos 70,4 milhões de euros, 38,7 milhões dos quais ao BCP.

Após um investimento de 44 milhões de euros, foi inaugurado em 2007 como sendo o único hotel Westin de cinco estrelas em Portugal, da cadeira Starwoord.