O presidente do Governo dos Açores, Vasco  Cordeiro, considerou hoje que os desafios que se colocam ao turismo da região  "não se resumem" à questão do transporte aéreo de e para o arquipélago.

"Temos vários desafios à nossa frente, um dos quais é naturalmente a  questão do transporte aéreo. Mas é importante termos presente que os desafios  do turismo não se resumem ao transporte aéreo", declarou Vasco Cordeiro,  aos jornalistas, na sequência de uma audiência concedida ao secretário de  Estado do Turismo, em Ponta Delgada.

Há vários meses que os governos da República e dos Açores estão a negociar  o novo caderno de encargos do transporte aéreo entre o continente e a região,  que pode passar pela abertura do mercado às 'low cost' .

Vasco Cordeiro considera que "há condições para ultrapassar a questão  do transporte aéreo, resolvendo-o no bom sentido", mas salvaguarda que "isso  não resolverá todas as questões do turismo dos Açores".

"Essa consciência é fundamental para que possamos continuar a trabalhar  no sentido de fortalecer cada vez mais o nosso setor turístico", frisou.

Para além do transporte aéreo, apontou o "desafio da qualidade, da diversificação  de fontes de rendimento do setor, replicando exemplos" que "demonstram que  a rentabilidade não deve estar dependente apenas do alojamento e da restauração".

O presidente do executivo açoriano complementa com a necessidade de  melhorar a "articulação entre entidades públicas e privadas", bem como com  uma "cada vez melhor correspondência" entre a oferta e a promoção.

Vasco Cordeiro considera que no âmbito da articulação de políticas no  setor do turismo entre os governos da República e regional, o arquipélago  "pode dar um contributo muito positivo não apenas na questão dos números,  mas sobretudo numa componente emergente": "tudo o que tem a ver com o mar".

"Nessa perspetiva, o desafio que os Açores têm de se tornarem como uma  das regiões do país de referência em tudo o que são atividades relacionadas  com o mar, é algo que interessa não apenas aos Açores mas ao próprio país",  afirmou.

Vasco Cordeiro referiu, por outro lado, que o caso de mercados como  os EUA e o Canadá constitui "outro dos exemplos onde o reforço da articulação  com as entidades nacionais pode melhorar, reforçando-se o contributo que  a região pode oferecer à presença do país nesses espaços".

O secretário de Estado do Turismo, por seu turno, defendeu que os governos  da República e dos Açores "possam chegar a uma solução, como parece estar  a acontecer, que permita o desenvolvimento do turismo e mais ligações aéreas  para os Açores".

Adolfo Mesquita Nunes, que defende um "articulação profunda" entre o  arquipélago e o país no âmbito do plano nacional estratégico para o turismo,  considera que os resultados do setor na região revelam que os Açores são  um destino "muito apetecível, tendo sido o que mais cresceu no mercado internacional,  acima dos 20%".