Turismo

Grupo Pestana fecha Pousada de Setúbal temporariamente

A Pousada de Setúbal vai fechar temporariamente  as portas a partir do dia 01 de novembro, "devido aos problemas de estabilidade  no Castelo de São Filipe", revelou hoje à Lusa fonte oficial do Grupo Pestana.

"O Castelo de São Filipe apresenta desde há algum tempo problemas em  matéria de estabilidade, que se agudizaram no inverno passado", justifica  o grupo que explora a Pousada de Setúbal, adiantando que decidiu suspender  a atividade no período em que, habitualmente, se regista maior precipitação,  "para se precaver qualquer risco".

Sobre o futuro dos trabalhadores daquela unidade hoteleira, a administração  do Grupo Pestana disse que foi definido "um plano de realocação dos colaboradores  para outras unidades do grupo", mas não revelou por quanto tempo nem onde  serão colocados esses trabalhadores.

Contactada pela Lusa, a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC)  disse que promoveu e participou em diversas reuniões com a Direção Geral  do Tesouro e Finanças (DGTF), entidade que tem a tutela o imóvel, a Câmara  Municipal de Setúbal, o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC)  e as Pousadas de Portugal, para "facilitar a execução de obras prioritárias".

A DGPC adianta que em outubro do ano passado ficou concluído um estudo  para a impermeabilização dos terraços mais vulneráveis do Castelo de São  Filipe e que as obras serão realizadas pela Câmara de Setúbal, no âmbito  de um protocolo celebrado entre a autarquia e a DGTF.

A DGPC refere ainda que, já este ano, a Câmara de Setúbal solicitou  apoio técnico para o acompanhamento de obras, que contemplam a "impermeabilização  e tratamento de fendas dos terraços mais danificados e o escoramento das  abóbadas que indiciam risco mais elevado".

Quanto à situação da instabilidade da encosta do castelo, a DGPC diz  que "não dispõe de elementos que lhe permitam assegurar a manutenção ou  alteração das condições atuais".

A fragilidade de algumas zonas da encosta do Castelo de São Filipe está  identificada, pelo menos, desde março de 2007, altura em que um relatório  do LNEC alertou para o perigo de derrocada "com perda de vidas humanas".

O relatório do LNEC, elaborado a pedido da então Direção Geral de  Edifícios e Monumentos Nacionais, recomendava a realização de "obras de  estabilização da encosta no mais curto espaço de tempo possível", para minimizar  o risco "em caso de sismo ou chuvas intensas prolongadas".

Sete anos depois, as obras recomendadas pelo LNEC ainda não foram  efetuadas.