Turismo

Choupana Hills mantém-se em funcionamento até à liquidação total

O Tribunal do Funchal decidiu hoje, com a concordância da assembleia de credores, manter em funcionamento o hotel de 5 estrelas Choupana Hills, situado naquela cidade, até à sua liquidação.

"Ficou decidido que o Choupana Hills continua em funcionamento até haver a sua liquidação para um eventual comprador", revelou a administradora de insolvência, Ana Rito.

Segundo a administradora, "o prazo de liquidação, em princípio, é de um ano", tendo acrescentado que há "interessados" no hotel.

"Continua tudo inalterável só que, em vez de passar para um plano de recuperação, passa por um plano de liquidação", especificou.

Ana Rito realçou ainda a boa ocupação do hotel com uma média de 46,26 por cento em 2013 e de 100 por cento no período de fim de ano.

A responsável disse ainda que os 50 trabalhadores "não reclamam créditos", um facto confirmado pelo seu representante, Ludgero Costa.

"A principal preocupação é manter os postos de trabalho, continuar a trabalhar, não há ordenados em atraso", disse.

A dívida até agosto de 2012 era de 15.363.581,21 euros, sendo que os principais credores são os bancos, designadamente o BES 4.653.067,00 euros; o BCP 3.950.847,60 euros; as Finanças 31.435,35 euros e a Segurança Social 218.776,00 euros.

Entre outros credores constam ainda a Caixa Geral de Depósitos 2.337.117, 55 euros e o Banif 232.000,00 euros.

O Choupana Hills Resort & Spa estende-se por uma propriedade de 17 hectares com vista sobre a baía do Funchal.

O hotel foi inaugurado em 2002, na sequência de um investimento de 24 milhões de euros, referiu à Lusa em abril o administrador do espaço, Filipe Dumond dos Santos, adiantando que "os primeiros sinais da crise na hotelaria" chegaram ao espaço em 2008, agravando-se até 2010.  Dois anos depois, em maio de 2012, o BES pediu a insolvência, declarada no mês seguinte, situação que obrigou a unidade a reposicionar "o preço e o nível de serviço", tendo também reestruturado os recursos humanos.

"O propósito visado na assembleia de credores em abril, que era continuar a atividade da sociedade normalmente para melhorar os seus resultados, verificou-se. Na realidade, a ocupação da unidade tem subido substancialmente, o hotel tem-se autossustentado, não existe qualquer agravamento da dívida, para além de que foram feitos investimentos de melhoria e de conservação do hotel", afirmou o advogado do Choupana Hills, Adolfo Brazão.

Adolfo Brazão garantiu então que "o grande propósito é manter o hotel como está, com o prestígio que tem e toda a equipa de trabalhadores".