Turismo

Proposta de Bruxelas sobre horas de voo "põe em causa segurança"

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação  Civil (SNPVAC) considera que as propostas da Comissão Europeia para reduzir  as horas de voo dos pilotos e tripulação de cabine "continuam a pôr em causa  a segurança".

O Parlamento Europeu aprovou ontem, em Estrasburgo, as medidas propostas  da Comissão Europeia para reduzir os tempos de voo na União Europeia (UE),  tendo rejeitado uma resolução da comissão parlamentar dos Transportes e  do Turismo, que se opunha à adoção das medidas do executivo comunitário.

Para Luciana Passo, da direção do SNPVAC, as propostas aprovadas hoje  "continuam a por em causa a segurança, não acautelam os tempos de repouso  necessários e esticam a resistência ao máximo".

As novas disposições, hoje aprovadas, preveem a redução da duração máxima  dos serviços noturnos das atuais 11 horas e 45 minutos para as 11 horas,  bem como a limitação da duração combinada da assistência no aeroporto e  da atribuição de limites máximos de período de serviço de voo a 16 horas.

"Como querem reduzir a duração máxima dos serviços noturnos para 11  horas se depois há a possibilidade de prolongar até às 12 horas e 20 minutos?",  questionou, em declarações à Lusa.

Luciana Passo disse ainda que, ao abrigo das novas normas, há a possibilidade  de folgar fora da base da companhia aérea, o que obriga a "passar as 48  horas de folga no local onde estão deslocados".

O sindicato representativo dos comissários e assistentes de bordo afirma  ver "com preocupação" a aprovação destas propostas e espera que as mesmas  sejam revistas nos parlamentos nacionais.

"Espero que o nosso parlamento consiga, pelo menos, ajustar estes procedimentos  e estas normas", afirmou a dirigente sindical.