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Trabalhadores do têxtil e vestuário em greve 6.ª feira por salário mínimo de 600 euros

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Os trabalhadores da indústria têxtil e vestuário cumprem na sexta-feira um dia de greve pela “humanização do trabalho” e pelo aumento do salário mínimo setorial para os 600 euros, anunciou hoje a federação do setor.

Em comunicado, a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Peles de Portugal (FESETE) diz ser objetivo da paralisação “denunciar e protestar” contra “o boicote do patronato à negociação de novos salários para 2018” e “a pretensão de manter o roubo de direitos contratuais”.

Como exemplo desta situação apontam a conduta das associações patronais do têxtil e vestuário (ATP) e dos industriais de cordoaria e redes.

Entre as exigências dos grevistas estão ainda um salário mínimo setorial de 600 euros, um subsídio de alimentação diário de quatro euros, “mais e melhores condições de trabalho” e o combate ao “assédio moral”, às “doenças profissionais e psicossociais” e à “exploração e empobrecimento”.

Ainda reclamada é a defesa do “direito constitucional de livre negociação coletiva”, assim como a “revogação do Código de Trabalho da norma da caducidade” (dos contratos coletivos), a reintrodução da norma do “tratamento mais favorável para o trabalhador” e a garantia das funções sociais do Estado.

A realização da greve tinha já sido anunciada no passado dia 08 em conferência de imprensa pela coordenadora da direção nacional da FESETE. Na ocasião, Isabel Tavares deixou um “sério aviso” ao Governo e ao patronato de que irá “recorrer a todas as formas de luta no sentido de rechaçar qualquer iniciativa que vise mais ataques aos direitos dos trabalhadores e ao trabalho com direitos”.

Segundo explicou a sindicalista, as negociações com as associações de patronato do setor estão “bloqueadas”, havendo mesmo recuos: “Além de não avançarem, há retrocessos, propostas de retirada de direitos. A questão mais problemática prende-se com os salários”, apontou.

Isabel Tavares disse ainda que os patrões “não querem sair do salário mínimo nacional [580 euros] ou de valores muito lá perto”, sendo aquela a “principal barreira, associada à falta de condições no local de trabalho, a pressões sem contrapartida, horários desregulados”, entre outras questões.