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Situação em Monchique é “muito mais favorável” mas continua “sensível”

FOTO LUSA
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A situação do fogo que pelo quarto dia lavra na serra de Monchique é hoje de manhã “muito mais favorável”, mas continua “muito sensível”, com vários “pontos quentes” a causar preocupação às forças de socorro e segurança.

De acordo com o segundo comandante operacional distrital de Faro, Abel Gomes, que fazia um balanço perto das 10 horas, “neste momento a situação é muito mais favorável do que foi durante a noite”, mas mantêm-se “situações que são sensíveis e merecem preocupação”, havendo uma limitação no que respeita à actuação de meios aéreos, que não conseguem operar devido ao fumo intenso.

O flanco direito do incêndio está agora a progredir para as Caldas de Monchique e o flanco esquerdo na direcção de São Marcos da Serra, sendo que parte da cabeça do incêndio progride em direcção a sul, à Estrada Nacional (EN) 124, com “várias projecções em direcção às Caldas de Monchique e ao Barranco do Barreiro, que provocaram muitas situações complicadas”.

Segundo Abel Gomes, que falava na escola onde estão os habitantes retirados das suas casas, após ter passado a “situação de emergência” que se viveu ao final do dia de domingo foi possível realizar um trabalho de “grande intensidade” que durante toda a noite empenhou todos os operacionais presentes no terreno.

O combate às chamas está, contudo, a ser dificultado pelo fumo, que impediu empenhar logo pela manhã a actuação dos meios aéreos. Estes só conseguirão operar em segurança quando o fumo se dissipar, sublinhou.

O responsável adiantou que, desde o início do incêndio, já houve 44 pessoas assistidas, 31 das quais agentes da Protecção Civil e 13 civis.

O fogo provocou até agora um total de 25 feridos, de localidades dispersas, dos quais apenas uma mulher de 72 anos está em estado grave, tendo sido transportada para o Hospital de São José, em Lisboa.

A partir das 12 horas as condições de combate às chamas podem ser dificultadas devido ao agravamento das condições meteorológicas, prevendo-se um aumento da intensidade do vento em direcção a São Marcos da Serra.

Na outra frente de fogo, que segue na direcção das Caldas de Monchique, a situação “ainda é muito crítica” e “sensível”, estando os meios de combate já preposicionados, faltando o apoio aéreo.

O responsável acrescentou ainda não ter confirmação de casas de habitação permanente ardidas, havendo apenas informação de algum edificado afectado, que não conseguiu precisar se são habitações, estruturas de apoio agrícola ou edifícios devolutos.

Para as 11 horas está prevista uma reunião da Comissão Distrital de Protecção Civil, onde participará o comandante operacional distrital, Vítor Vaz Pinto.