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Sensores monitorizam produção de peixes em antiga marinha de sal de Ílhavo

Foto Global Imagens
Foto Global Imagens

Crianças de várias escolas visitaram hoje “o futuro” numa antiga marinha de sal de Ílhavo onde vários sensores observam os peixes, registam o seu crescimento, indicam a temperatura e a luz e até informam se já comeram a ração.

São os últimos desenvolvimentos tecnológicos aplicados à aquicultura que estão em teste na AlgaPlus, uma empresa que combina a produção de algas com a produção de peixe na antiga marinha e que é uma das parceiras do projeto Aquatropolis, hoje apresentado.

Escolhido pelo Compete 2020 para representar Portugal na campanha “Europe in My Region”, que tem por objetivo destacar boas práticas na utilização de sistemas de incentivo europeus, o projeto é promovido em consórcio pela Compta, ALGAplus, Domatica, Politécnico de Leiria, através das Escolas Superiores de Turismo e Tecnologia do Mar e de Tecnologia e Gestão, Instituto Politécnico de Tomar e o Tagus Valley.

O Aquatropolis “procura a implementação da indústria 4. 0 na aquacultura”, segundo explicou à Lusa Helena Abreu, da AlgaPlus.

“Os diferentes parceiros estão a desenvolver sistemas de controlo digital de apoio à produção e na AlgaPlus estamos a ser um sítio de teste para validar o funcionamento desses sistemas de informação, com dados reais da produção aquícola”, disse.

De acordo com Helena Abreu, os sensores fazem o controlo observacional e de crescimento, monitorizam as condições de vida dos peixes, nomeadamente a luz e a temperatura e até dão informação se já os peixes já comeram.

“O projeto começou em 2016 e decorre até 2018. Neste momento já estamos a produzir os dados que alimentam esses sistemas de informação que no próximo ano estarão mais desenvolvidos”, adiantou.

O consórcio do projeto Aquatropolis conta com o apoio da Câmara Municipal de Ílhavo, no distrito de Aveiro, e do CIEMar Ílhavo - Centro de Investigação e Empreendedorismo.

A iniciativa conta com a contribuição da Universidade de Aveiro e da BLC3 que, para os líderes do consórcio, representa os primeiros passos na criação de uma comunidade de inovação aberta, com o objetivo de atuar sobre o desenvolvimento inteligente e sustentável do setor aquícola europeu.

A ALGAplus foi criada em 2011 e instalada na Incubadora de Empresas do CIEMar-Ílhavo e dedica-se à produção de algas destinadas às indústrias alimentar (humana e animal), cosmética e farmacêutica.

Produz macroalgas em regime de aquicultura multitrófica integrada (IMTA) que consiste na produção de mais de uma espécie, procurando o aproveitamento de todos os recursos, o equilíbrio e a sustentabilidade.

No caso da AlgaPlus, a produção de macroalgas é conseguida “usando a água com nutrientes de uma outra exploração aquícola produtora de robalos, obtendo, no final dos dois ciclos produtivos, água ainda mais limpa”.