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Relatório sobre incêndios em Pedrógão Grande desempenhou a sua função

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O presidente da comissão técnica que analisou o incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande, em junho, considerou hoje que o relatório elaborado “desempenhou a sua função”, colocando “a floresta e o desenvolvimento do interior na ordem do dia”.

João Guerreiro, que presidiu à comissão técnica independente, nomeada pela Assembleia da República, falava hoje à agência Lusa quando se assinalam seis meses do incêndio que começou no concelho de Pedrógão Grande e que alastrou a concelhos vizinhos, fazendo 66 mortos e 253 feridos, sete dos quais graves, destruiu meio milhar de casas e quase 50 empresas.

“O relatório desempenhou a sua função. Levantou as questões que a comissão, no seu conjunto, entendeu que deveriam ser levantadas e sobre elas há inúmeras medidas e iniciativas tomadas, tanto pelo Governo como pela própria Assembleia da República, no ato de elaboração do Orçamento do Estado para 2018”, afirmou o investigador.

João Guerreiro sublinhou que ainda é cedo para se fazer uma avaliação global.

“O que me parece é que não é possível ainda, neste momento, fazer uma avaliação total destas iniciativas tomadas e da sua própria coerência, porque estamos a falar em intervenções que têm impacto, algumas delas têm impacto imediato, é certo, mas muitas delas têm impacto a médio e a longo prazo. E, portanto, não estamos ainda em condições de fazer uma avaliação”, explicou o presidente da comissão técnica independente.

O também professor universitário defendeu, contudo, que já é possível tirar algumas conclusões.

“Aquilo que resultou do relatório gerou um conjunto de reflexões, de iniciativas e de intervenções que são francamente positivas pelo facto de terem posto a questão da floresta e a questão do desenvolvimento do interior na ordem do dia”, vincou João Guerreiro.

O relatório da comissão técnica independente, tornado público a 12 de outubro, sobre os incêndios que começaram em junho em Pedrógão Grande e Góis revelam que a ausência de um alerta precoce propiciou o elevado número de mortos.

Além disso, o relatório refere também que se deviam ter retirado as pessoas das aldeias atempadamente, que houve falhas no comando dos bombeiros e que um conjunto de factores climáticos também proporcionou a dimensão daqueles fogos.

O incêndio que deflagrou há seis meses no concelho de Pedrógão Grande e que alastrou a concelhos vizinhos fez 66 mortos e 253 feridos, sete dos quais graves, destruiu meio milhar de casas e quase 50 empresas.

Quarenta e sete das vítimas mortais seguiam em viaturas, no dia 17 de junho, e ficaram cercadas pelas chamas na EN (estrada nacional) 236-1, entre Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos ou em acessos a esta via.