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Quercus quer que carros pouco poluentes circulem nas faixas BUS

Foto Global Imagens
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A associação ambientalista Quercus pediu hoje aos municípios que possibilitem a circulação de veículos com baixas emissões nas faixas BUS, e avancem uma taxa reduzida e portagens diferenciadas para estes carros, pedindo também investimento nos transportes coletivos.

Estas são algumas das propostas dos ambientalistas para marcar o final da Semana Europeia da Mobilidade, que decorreu desde sábado, e que, nos últimos anos, em Portugal, tem tido uma adesão “com algum decréscimo da aplicação de medidas permanentes, tendo como base uma mera participação em contexto simbólico”.

Nos grandes centros urbanos de Lisboa e Porto, que representam 35% da população, a Quercus considera fundamental a adoção de uma política ambientalmente sustentável e sugere que as várias entidades envolvidas na mobilidade “promovam e desenvolvam políticas (tarifários) que façam uma descriminação positiva dos veículos de baixas emissões”, tanto relativamente a gases como a ruído.

E avança o exemplo de entidades que, “de alguma forma”, já iniciaram uma política no sentido do que a Quercus propõe - a EMEL e o Dístico Verde - propondo que seja alargada a outras tecnologias, nomeadamente a híbrida.

A Quercus defende que os municípios e as entidades devem possibilitar a circulação de veículos com baixas emissões de poluentes, como os híbridos, elétricos ou movidos por outras fontes de energia alternativa, nas faixas BUS, para “promover uma utilização diferenciada de acordo com a razão de emissões poluentes por passageiro”.

Fomentar junto das entidades gestoras de parques de estacionamento a existência de taxa reduzida para outros tipos de veículos com baixas emissões poluentes é outra medida referida, a que se junta a promoção da “existência de portagens diferenciadas” para os carros menos poluentes.

Da lista apresentada pelos ambientalistas consta também a introdução de um princípio de circulação e estacionamento automóvel que discrimine positivamente veículos com baixas emissões de ruído.

“Contrariando o desinvestimento nas redes dos vários transportes coletivos (metropolitano, autocarros, barco e comboios urbanos e suburbanos)”, defendem medidas visando a comodidade e conforto nos transportes públicos, nomeadamente a existência de horários e número de carreiras adequados, para reduzir tempos de espera, levando os utentes a ver “os transportes públicos como uma alternativa viável”.

O reforço dos incentivos fiscais ao abate de veículos movidos a combustíveis fósseis, em troca de veículos com motores movidos a energias renováveis, também volta a ser defendido.

A Semana Europeia da Mobilidade pretende promover a discussão alargada sobre a necessidade de mudança de comportamentos de mobilidade, principalmente urbana, relacionada com a utilização do automóvel particular, e a utilização de fontes de energias renováveis e menos poluentes nas deslocações.

Ao longo de 16 anos, a iniciativa contou já com a adesão de 60 países de todo o mundo e, 2016 foi o ano em que mais cidades participaram num total de 2.423.

A Quercus apelou para a adesão de todos os municípios portugueses à Semana Europeia da Mobilidade do próximo ano, com a concretização de medidas efetivas que tragam às populações opções mais sustentáveis de mobilidade.