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Quercus diz que governos ibéricos não querem tomar posição sobre o prolongamento da central de Almaraz

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A associação ambientalista Quercus disse hoje que nenhum dos governos ibéricos quer tomar uma posição sobre o prolongamento da vida da central de Almaraz e adiantou que há uma tentativa de ‘chutar’ o problema para a frente.

“Temos sido bastante críticos relativamente a este acordo [entre Portugal e Espanha] e ao processo que se tem desenrolado [em torno de Almaraz] porque há esta tentativa, clara e óbvia, de ‘chutar’ o problema para a frente” afirmou o vice-presidente da Quercus, Nuno Sequeira.

O ambientalista, que participou na conferência “Almaraz: Uma bomba-relógio aqui ao lado”, promovido pelo município de Idanha-a-Nova, distrito de Castelo Branco, disse que neste momento nem o Governo português nem o espanhol querem tomar uma decisão sobre a central nuclear.

“Daí também este prolongamento do Governo espanhol para que os próprios promotores da central possam pedir o prolongamento, não em de junho de 2017, mas apenas daqui a dois anos”, frisou.

Nuno Sequeira considerou que o acordo estabelecido entre os dois governos da Península Ibérica, “não foi mediado por Bruxelas, mas sim imposto”, uma vez que Bruxelas nem sequer analisou a queixa apresentada por Portugal.

“Era indispensável que o nosso Governo tivesse uma postura mais firme relativamente ao assunto. O acordo não garante a paragem da construção do aterro de resíduos nucleares (...) e não diz uma palavra sobre a continuidade de Almaraz após 2020”, disse.

O ambientalista adianta que não se sabe tudo sobre o acordo entre os dois países: “Possivelmente iremos continuar assim. Há aqui contrapartidas que não foram divulgadas. Esperemos que seja a Comissão Europeia a desvendar o acordo”.