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Portugal nega ter-se oposto a sanções contra a Venezuela no seio da União Europeia

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O Governo português negou ter-se oposto à aplicação de sanções à Venezuela no seio da União Europeia, contrariando uma notícia hoje publicada no diário espanhol El País.

“A informação hoje veiculada pelo jornal El País não é verdadeira. Portugal não se opôs, no seio da União Europeia, à aplicação de sanções à Venezuela, pela simples razão de que essa questão não foi ainda discutida entre os Estados-Membros da UE”, lê-se numa nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE).

O El País publicou hoje que Portugal é o único país da União Europeia que descartou sanções à Venezuela.

De acordo com o comunicado do MNE, Portugal “tem participado ativamente na formação do consenso necessário à definição da posição da UE sobre a Venezuela”.

O ministério adianta que Portugal “se revê inteiramente” nas conclusões aprovadas no Conselho de Negócios Estrangeiros (da União Europeia) de 15 de maio e também na declaração feita na segunda-feira pela alta representante da Política Externa e Segurança da UE, Federica Mogherini.

A alta representante exortou o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, a “suspender” o processo para uma Assembleia Constituinte e advertiu que “todas as opções”, tais como sanções, estão em cima da mesa.

“A UE, e com ela Portugal, têm feito tudo o que está ao seu alcance para favorecer uma solução política inclusiva na Venezuela, respeitadora do Estado de Direito, do pluralismo político e do princípio de resolução pacífica dos diferendos”, indicou ainda a nota do MNE.

Um relatório da delegação da UE em Caracas referiu que 27 dos 28 Estados-Membros estão abertos à aplicação de sanções à Venezuela, de acordo com o El País.

O periódico espanhol referiu que, segundo fontes diplomáticas, “os grandes países são a favor, embora outras delegações não vejam ainda a necessidade de aplicar essa medida. Apenas Portugal é claramente contra”.

O Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, assegurou na segunda-feira que vai manter a convocatória de uma Assembleia Nacional Constituinte, após a oposição ter realizado um referendo realizado no domingo, no qual quase sete milhões se manifestaram contra a mudança na Constituição.

A votação para a Assembleia Constituinte vai ser realizada no dia 30 de julho.

Na Venezuela, os protestos contra o Governo intensificaram-se desde 01 de abril e pelo menos 94 pessoas já morreram.