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População dos Açores com mais peso e diabetes do que o resto do país

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A população adulta dos Açores apresenta valores superiores aos nacionais na prevalência de excesso de peso, diabetes e dislipidémia, encontrando-se abaixo dos valores do país apenas na hipertensão arterial, segundo dados hoje divulgados.

Os dados citados pela secretaria regional da Saúde, em Santa Cruz da Graciosa, no âmbito da apresentação do Programa Regional para a Promoção da Alimentação Saudável 2018-2020, revelam que a prevalência de excesso de peso e obesidade na população açoriana entre os 25 e os 74 anos atinge 70%, de acordo com a edição de 2015 do Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico.

O estudo revela que 10,1% dos açorianos sofre da diabetes, 33,6% de hipertensão arterial e 69,7% de dislipidémia (níveis anómalos de lípidos no sangue).

Assiste-se, por outro lado, a uma “tendência decrescente da prevalência” de excesso de peso e de obesidade nas crianças açorianas, de acordo com dados do ‘COSI - Childhood Obesity Surveillance Initiative/ World Health Organization Regional Office for Europe’, projeto que visa criar uma rede de recolha, análise, interpretação e divulgação de informação descritiva sobre as características do estado nutricional infantil de crianças dos 6 aos 8 anos.

O retrato da população açoriana revela ainda, com base em dados obtidos no Inquérito Alimentar Nacional e de Actividade Física, que a região apresenta valores de ingestão “superiores aos verificados a nível nacional”.

Na cerimónia de apresentação do Programa Regional para a Promoção da Alimentação Saudável, que está a partir de hoje disponível para consulta pública, o secretário regional da Saúde declarou que se pretende “modificar hábitos alimentares, combater o excesso de peso e a obesidade, prevenir doenças e capacitar os cidadãos com informação para a tomada de decisões sobre a alimentação”.

Rui Luís, que falava aos jornalistas à margem da apresentação pública do documento, na Unidade de Saúde de Ilha da Graciosa, referiu que a obesidade e o excesso de peso “são um problema de saúde pública ao qual não podemos ficar indiferentes”, daí ser “importante a participação e a envolvência da sociedade civil neste processo”.

Este projecto, que recebeu os contributos de parceiros como as ordens profissionais, associações de diabéticos e de consumidores e a Câmara do Comércio e Indústria dos Açores, entre outras entidades, tem como metas o aumento do consumo diário de fruta e hortícolas, do número de pessoas que consomem mais de um litro de água por dia e o controlo da prevalência de excesso de peso e da obesidade na população infantil.