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ONG portuguesa Helpo angaria mais de 50 mil euros para alunos moçambicanos

Foto Helpo
Foto Helpo

A Helpo angariou mais de 50 mil euros para comprar material e lanches para as crianças moçambicanas, mais 12% do que na campanha anterior, segundo o coordenador para Moçambique desta Organização Não-Governamental para o Desenvolvimento (ONGD).

Os donativos foram recolhidos entre 01 e 10 de setembro através de vales de valor variável: foram vendidos 25.942 vales de 1 euro, 4.170 de 3 euros e 2.584 de 5 euros, perfazendo um total de 51.372 euros, adiantou Carlos José Almeida, fazendo um balanço “muito positivo” do segundo ano desta iniciativa, promovida com a ajuda de 455 voluntários nas lojas Pingo Doce.

O dinheiro vai servir para apoiar a alimentação escolar e a compra de mochilas e manuais escolares para alunos de escolas moçambicanas.

Carlos Almeida realçou que esta “pequena ajuda faz a diferença”, permitindo estender o apoio da Helpo além das 7.477 crianças em idade escolar a que já chegam.

“Muitas vezes esta é a única alimentação que as crianças têm por dia”, afirmou o coordenador da Helpo.

Os alunos moçambicanos enfrentam “uma grande dificuldade” na transição do ensino primário, que termina no 7.º ano, para o secundário.

Além de muitos serem obrigados a fazer grandes deslocações, é preciso pagar propinas, uniformes e manuais (que só são gratuitos no ensino primário, o que “afasta muitas crianças deste grau de ensino” devido às dificuldades financeiras das famílias.

“Nos meios rurais sente-se muito isso, as crianças deixam de ter livros e estes também não estão acessíveis nas bibliotecas”, salientou o mesmo responsável, assinalando que “a educação ainda não é valorizada” e muitas meninas, quando deixam de estudar, são consideradas socialmente aptas para constituir família.

“Quando os meninos e as meninas estudam mais tempo, estamos a criar condições para terem melhores ferramentas para enfrentar o futuro”, defendeu Carlos José Almeida.

A ONGD Helpo desenvolve a sua atividade desde 2007 em Portugal, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau, visando a promoção do desenvolvimento através da educação e da nutrição.