País

Mobilidade eléctrica também consta da agenda eleitoral no Continente

Em vésperas da Semana Europeia da Mobilidade, a Quercus fez um levantamento das principais propostas eleitorais nesta área, em Lisboa e no Porto

No entanto, as medidas relacionadas com a promoção da mobilidade eléctrica na componente rodoviária não são as mais comuns.
No entanto, as medidas relacionadas com a promoção da mobilidade eléctrica na componente rodoviária não são as mais comuns.

A mobilidade e os transportes são áreas prioritárias para vários candidatos às eleições autárquicas de dia 1 de Outubro. Antecipando a Semana Europeia da Mobilidade, que decorre entre 16 e 22 de Setembro, a Quercus foi consultar os programas eleitorais e fez o levantamento das propostas na área da mobilidade das principais listas candidatas à Câmara Municipal de Lisboa e Porto.

A Quercus reconhece como positivo o facto de várias candidaturas analisadas incluírem nos seus programas medidas relacionadas com a melhoria, alargamento e acessibilidade dos transportes públicos e interfaces; a promoção da mobilidade suave (bicicletas e vias cicláveis), a criação de estacionamento em zonas periféricas ou o alargamento ou reforço dos passes sociais.

Já menos comum entre as propostas das candidaturas analisadas são medidas relacionadas com a promoção da mobilidade eléctrica na componente rodoviária.

Apenas duas candidaturas fazem referencia à criação de Zonas de Emissões Reduzidas, uma medida que neste momento existe apenas em Lisboa, embora sem a exigência e fiscalização necessárias. Numa altura em que 11 cidades europeias já tornaram pública a sua intenção de proibir a circulação de carros a gasóleo a partir de 2020, as duas maiores cidades portugueses parecem não acompanhar o ritmo, faltando coragem política para ir mais além e banir os automóveis poluentes do centro das cidades.

Na opinião da Quercus, as soluções de mobilidade para estes municípios têm que ser pensadas sempre numa perspectiva supra-municipal e integrada nas respectivas Áreas Metropolitanas, na medida em que as necessidades de mobilidade e rotinas diárias de quem neles vive não se circunscrevem aos municípios de residência.

A Quercus lamenta que nem todas as candidaturas disponibilizem contactos telefónicos e/ou electrónicos nas suas páginas oficiais para colocação de dúvidas e pedidos de informação, tendo ainda constatado que alguns casos não disponibilizam ainda, a 15 dias das eleições, o programa eleitoral para consulta de forma completa, clara e/ ou acessível.

Esta análise feita pela Quercus coincide com o arranque da Semana Europeia da Mobilidade, cujo tema em 2017 é ‘A partilhar chegamos mais longe’, com o objectivo de incentivar a utilização de veículos em regime de partilha ao invés da posse dos mesmos, algo que tem vindo a ser possibilidade em várias cidades através da criação de serviços de carsharing, carpooling e bikesharing. Contudo, esta mobilidade partilhada só será possível se for concebida para dar prioridade ao nível das tarifas aos utilizadores regulares e estruturada em complementaridade com interfaces de transporte de modo a eliminar por completo a necessidade de recorrer à viatura particular nas deslocações diárias casa-trabalho-casa.