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Manifestação pela reflorestação do Pinhal de Leiria vinca perda de ‘pulmão do país’

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Várias centenas de pessoas concentraram-se na noite de hoje no centro de Leiria, numa manifestação pela reflorestação do Pinhal de Leiria, que ardeu 80% nos incêndios dos dias 15 e 16 de outubro.

A iniciativa, intitulada “Todos juntos pela reflorestação do Pinhal de Leiria”, surgiu na internet na sequência dos fogos do fim de semana e hoje quase encheu a Praça Rodrigues Lobo. Um dos organizadores da iniciativa considerou que “Portugal não tem noção do que perdemos”, porque o Pinhal de Leiria, situado na Marinha Grande, era “um dos maiores tesouros que tínhamos”.

“Perdermos o Pinhal de Leiria. É como se Lisboa perdesse a Ponte 25 de Abril. O pulmão de Portugal foi pelo ar. Mas não baixamos os braços”, prometeu Sérgio Espírito Santo, desejando que a concentração desta noite seja “o primeiro dia de algo a construir para o futuro da região”.

Outro dos organizadores, Miguel Chagas, desejou que “se crie uma associação ou movimento para acompanhar o que certamente irá ser feito” para reflorestar os mais de 11 mil hectares perdidos.

“Que esse movimento tenha uma voz activa não só em Leiria, mas também em sintonia do que irá aparecer noutros pontos do país, em relação ao que o poder político e decisor vai ter de fazer nessa reformulação do Pinhal de Leiria”, acrescentou.

Sérgio Espírito Santo lembrou os fogos de junho em Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera e Pedrógão Grande, “que também são distrito de Leiria”.

“Fomos completamente dizimados”, acentuou.

Após os discursos e de um minuto de silêncio pelas vítimas dos fogos em Portugal, realizou-se uma caminhada solidária simbólica.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 41 mortos e cerca de 70 feridos (mais de uma dezena dos quais graves), além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.

O Governo decretou três dias de luto nacional, entre hoje e quinta-feira.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, em junho, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.