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Inspecção-Geral do Ambiente garante que “não andou a fechar os olhos” aos incumprimentos da Celtejo

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A Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT) disse hoje, no parlamento, que a empresa Celtejo tem “um histórico de incumprimento” das licenças e “um histórico de processos de contraordenação correspondentes”.

“Não andamos a fechar os olhos aos incumprimentos da Celtejo”, declarou o inspetor-geral da IGAMAOT, Nuno Banza, no âmbito de uma audição parlamentar na Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, em conjunto com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), sobre a poluição no rio Tejo.

Em resposta às questões do deputado do PAN, André Silva, sobre os “incumprimentos graves” por parte da Celtejo, o representante da IGAMAOT frisou que “os incumprimentos da Celtejo, tal como os incumprimentos de outra empresa, foram autuados”.

Lembrando a suspensão da Centroliva devido a incumprimentos, o deputado André Silva interrogou Nuno Banza sobre o porquê de “nunca ter decretado a suspensão da atividade da Celtejo”, face aos dados dos últimos dois anos, que revelam “incumprimentos graves” nesta empresa de celulose.

“Não encerramos empresas só porque nos apetece”, advogou o inspetor-geral da IGAMAOT, explicando que “a diferença é que a Celtejo tem condições estruturais para cumprir e Centroliva não”.

Sobre as amostras recolhidas na Celtejo após o episódio de poluição no rio Tejo, em que só foi possível fazer a recolha à quarta tentativa e com três inspetores em permanência durante 24 horas, Nuno Banza assegurou que “não é especialmente relevante ter amostrar no primeiro dia ou no segundo ou no terceirou ou no quarto”, indicando que se trata de 24 amostras recolhidas de hora a hora para que sejam representativas de “um ciclo de produção da empresa”.

“Apesar de inusitada, esta circunstância não altera em nada os resultados que se venha a obterem” na Celtejo, garantiu o inspetor-geral da IGAMAOT.

Em 24 de janeiro, um manto de espuma branca, com cerca de meio metro, cobriu o rio Tejo na zona de Abrantes. O foco de poluição levou à realização de ações de inspeção extraordinárias nos concelhos de Abrantes e de Mação, estando ainda por identificar a origem do problema.