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GNR não recebeu ordem para encerrar EN 236-1

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A GNR não recebeu qualquer “decisão operacional” sobre a necessidade de encerramento da Estrada Nacional 236-1 durante o incêndio que deflagrou a 17 de junho em Pedrógão Grande, tendo encerrado esta via após a localização de vítimas mortais.

Esta é uma das resposta do Governo às 25 questões colocadas pela presidente do CDS/PP sobre o incêndio que provocou a morte 64 pessoas e ferimentos em mais de 200.

“Segundo a GNR, até ao momento em que se verificaram as mortes, não foi comunicada àquela Força de Segurança qualquer decisão operacional relativa à necessidade de encerramento da estrada N236-1, não tendo sido recebida qualquer informação que alertasse para uma situação de risco, potencial ou efetivo, em circular pela via em causa”, lê-se no documento.

Nas respostas enviadas a Assunção Cristas, o Governo refere que, de acordo com aquela força de segurança, “a decisão de cortar a estrada N236-1 foi tomada apenas após a localização das vítimas mortais, por volta das 22:15 de 17 de junho”.

O Governo esclarece que o número de vítimas mortais na EN 236-1 foi de 33 (30 num pequeno troço da via e três alguns quilómetros adiante), tendo os restantes 14 morrido “em estradas e caminhos de acesso à EN 236-1, para a qual se dirigiriam em fuga do incêndio”.

Para a GNR, é necessário “confirmar se as viaturas que circulavam na EN 236-1, no momento da tragédia, entraram na referida via provenientes do IC8 ou a partir de múltiplos caminhos e estradas de pequenas localidades existentes nas proximidades (Vila Facaia, Nodeirinho, Várzeas, Pobrais e Alagoa), tentando sair das zonas afectadas pelos incêndios”.

Às 21:00 do dia 17, a Guarda Nacional Republicana tinha 17 patrulhas compostas por 37 militares, apoiadas por 19 viaturas e 19 rádios SIRESP, que fizeram vários cortes de trânsito ao longo do IC8.

Segundo informações da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) prestadas ao Governo, pelas 22:45, o comandante operacional nacional solicitou o reforço de militares da GNR no teatro de operações.

Nas respostas enviadas ao CDS/PP é ainda referido que, no caso da GNR, “o único meio alternativo de comunicação” foi o telemóvel, tendo o recurso a esta via também sido afetado.