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Fundão quer programa nacional para a baixa densidade

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O presidente da Câmara Municipal do Fundão, Paulo Fernandes, defendeu hoje a criação de um programa nacional para a baixa densidade, que possa ser contemplado no próximo quadro comunitário de apoio.

“Estamos em sede de reprogramação e em sede de programação, o [quadro comunitário] 2020-30 é já uma realidade que vem aí. Era vital que houvesse um programa nacional para a Baixa Densidade. Toda a região, todo o território afetado por este processo tem de ter um programa nacional. É a única forma de evitar que andemos, aqui ou acolá, nas gavetinhas, à procura sempre de pequenas medidas que nos possam de facto criar pequenas diferenciações”, afirmou.

O autarca falava durante a sessão solene das comemorações do Dia do Concelho, que hoje assinalou 271 anos.

Paulo Fernandes referiu que não é com pequenas ações isoladas que se resolvem os problemas do interior do país e, lembrando que haverá cem mil milhões de euros para a Inovação, frisou que era “fundamental” estar-se já a discutir um “estatuto especial” para que zonas em causa possam promover a inovação.

“Temos de criar esta diferenciação naquilo que são as políticas mais avançadas da competitividade e inovação para territórios como os nossos porque senão, mesmo havendo um programa nacional, com a redução de recursos na política de coesão pode ser difícil”, apontou, acrescentando que “lutar contra a desertificação” é o maior “desafio coletivo”.

A redução dos fundos da Política Agrícola Comum (PAC) foi outra das preocupações que manifestou.

Por outro lado, reivindicou que se vá mais longe na eventual redução de 30% no valor das portagens para os pesados de mercadorias.

O autarca deste município do distrito de Castelo Branco reiterou que a abolição das portagens é a resposta que a região realmente necessita, mas, tendo em conta apenas o desconto setorial que está em cima da mesa, defendeu que a medida seja “aprofundada” e que se opte por isentar “todo o tráfego pesado” das empresas localizadas no interior.

Esta redução nos custos de contextos permitiria ganhos no reforço do quadro de competitividade para as empresas, além de dar uma mensagem ao mercado dos investidores.

A cerimónia ficou ainda marcada pela atribuição da Medalha de Ouro ao “Povo do Fundão” pela ação, empenho e ajuda de todos durante os incêndios que assolaram o concelho no último ano.

A medalha ficará exposta no salão nobre da Câmara do Fundão, mas hoje foi simbolicamente entregue a Luís Miguel Pereira da Silva, que ficou gravemente ferido no grande incêndio da Gardunha e que, até ao momento, ainda não teve acesso aos apoios do Estado.