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Cerca de 400 detidos e 25 milhões de medicamentos falsos apreendidos

Uma operação internacional impediu a entrada em Portugal de 6.686 unidades de medicamentos potencialmente letais no valor de 11.337 euros

A operação alerta para os perigos associados à compra destes medicamentos através da Internet. FOTO AP
A operação alerta para os perigos associados à compra destes medicamentos através da Internet. FOTO AP

Cerca de 400 pessoas foram detidas e 25 milhões de unidades de medicamentos falsos, potencialmente letais, apreendidos durante uma operação internacional, a qual impediu a entrada em Portugal de 6.686 unidades de medicamentos ilegais no valor de 11.337 euros.

De acordo com um comunicado do organismo que regula o sector do medicamento (Infarmed), que se associou à operação Pangea X, estiveram envolvidos 123 países nesta acção coordenada pela Interpol, em conjunto com a Organização Mundial das Alfândegas (OMA), o Permanent Forum of International Pharmaceutical Crime (PFIPC), Heads of Medicines Agencies Working Group of Enforcement Officers (WGEO).

A operação visou o combate aos medicamentos falsificados e ao alerta para os perigos associados à compra destes medicamentos através da Internet.

Além dos 400 detidos, foram apreendidos em todo o mundo mais de 25 milhões de unidades de medicamentos falsificados, potencialmente letais, e com um valor estimado de 51 milhões de dólares (cerca de 42,6 milhões de euros).

Da acção resultaram 1.058 investigações, foram suspensos mais de 3.000 anúncios de produtos farmacêuticos ilícitos através de plataformas de redes sociais e encerrados 3.584 websites.

De acordo com o comunicado, “entre os medicamentos contrafeitos e ilegais destacaram-se os suplementos dietéticos, medicamentos para a dor, para a epilepsia, disfunção eréctil, antipsicóticos e produtos na área na nutrição”.

A operação focou-se ainda na “venda ilícita de opioides (medicamentos para a dor) e, em particular, na substância fentanyl, que é um narcótico poderoso que tem sido associado a milhares de ‘overdoses’ e mortes em todo o mundo nos últimos anos, na sequência de vendas ilícitas”.

“Após esta operação foram fechados inúmeros sites de venda exclusiva deste medicamento, prossegue a nota do Infarmed.

A operação focou-se ainda na venda de dispositivos médicos ilícitos, como aparelhos e implantes dentários, seringas, preservativos, tiras-teste de uso clínico e equipamentos cirúrgicos, tendo sido recuperados dispositivos ilícitos no valor de meio milhão de dólares (418 mil euros).

As intervenções no terreno também resultaram na apreensão de 1,2 toneladas de comprimidos para a disfunção eréctil no Vietnam.

Nas acções desenvolvidas pelas entidades portuguesas, foram controladas 7.363 encomendas, das quais 79 foram apreendidas durante a semana em que decorreu a operação.

“Através do conjunto de encomendas apreendidas foi possível impedir a entrada em Portugal de 6.686 unidades de medicamentos ilegais com um valor estimado de 13.551 dólares (cerca de 11.337 euros)”, segundo o Infarmed.

O director executivo dos Serviços Policiais da Interpol, Tim Morris, referiu que, “com a existência de cada vez mais pessoas a comprar todos os dias produtos online, incluindo medicamentos, os criminosos estão a explorar esta tendência para fazer lucros, pondo a vida de pessoas em risco neste processo”.

“O facto de ainda vermos resultados tão fortes ao fim de dez anos da Operação Pangea demonstra que as vendas online de medicamentos ilícitos continuam e têm aumentado, desafiando a lei e as autoridades reguladoras”, prosseguiu.