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Associação de bancos defende que serviços básicos em Portugal têm custos abaixo dos espanhóis

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A Associação Portuguesa de Bancos (APB) estimou ontem que, nos serviços bancários básicos, os custos aplicados em Portugal são inferiores aos praticados em Espanha.

“A APB estima que nos serviços bancários básicos e de utilização generalizada, Portugal apresenta custos abaixo daqueles que são praticados em Espanha. Assim, a grande desproporção entre Portugal e Espanha que o estudo da Deloitte sugere não nos parece corresponder à realidade”, disse, em comunicado, a associação.

O estudo em causa, tal como avançou o Negócios na terça-feira, revelou que os bancos portugueses cobram 78 euros por ano aos clientes por diversos serviços, mais do dobro dos 38 euros cobrados pela banca espanhola.

No estudo da consultora para a Associação Espanhola de Banca (AEB) e para a Confederação Espanhola de Caixas de Aforro (CECA) foram analisados sete países: Alemanha, Espanha, França, Holanda, Itália, Portugal e Reino Unido.

Em Portugal a Deloitte analisou o Novo Banco, o BCP, o ActivoBank e o Santander Totta.

O estudo revelou ainda que o Reino Unido é o país que cobra menos, com cerca de 20 euros anuais, e que na Alemanha os clientes bancários gastam 181 euros anuais.

Para a APB, a amostra “comporta limitações essenciais”, ao comparar onze bancos espanhóis com cerca de três nos outros Estados-membros e por apenas considerar um banco digital por país.

“As conclusões do estudo são relativas a um conjunto de comissões e de custos de serviços muito diversos, com expressão bastante diferenciada nos diferentes mercados”, defendeu a associação de bancos.

De acordo com a entidade, a apresentação de um valor global baseado numa média do valor das comissões “de um grupo alargado de serviços”, parece induzir uma “elevada ambiguidade e imprecisão”.

Por sua vez, no que se refere à tendência para oferta de pacotes de serviços, a APB indicou que é preciso averiguar “com rigor” se os serviços incluídos podem ser “comparáveis”.

A associação do sector bancário apontou ainda que o estudo em causa “parece não contemplar” as características das plataformas disponíveis nos diferentes mercados.

“No caso de Portugal, esta questão é de grande relevância, uma vez que a rede Multibanco permite a utilização generalizada e gratuita de uma gama muito mais vasta de serviços que não se encontra habitualmente disponível noutros países da Europa. É uma distorção negativa muito significativa em relação a Portugal”, concluiu.